Os iogurtes são das primeiras opções em que pensamos quando não sabemos o que comer ao pequeno-almoço. Porém, existe tanta oferta, de inúmeras marcas, com tantos sabores, formas e tamanhos que, quando chegamos à zona mais fria do supermercado, ficamos ainda mais congelados a tentar perceber qual deles é o mais saudável.
Agora há mais uma versão que pode juntar à lista. Chamam-se yofu e tratam-se de iogurtes vegetais, fermentados à base de soja. Uma ótima opção para quem segue um estilo de vida vegano, ou é intolerante à proteína do leite.
Oriundo da China, onde faz parte da dieta alimentar há mais de 3 mil anos, pertence à família das leguminosas — como o grão de bico, a lentilha, o feijão, a ervilha — e é conhecida pelo nome comum de soja, mas também como feijão-soja ou feijão-chinês. Na país asiático chamam-lhe também “grão divino”. Reza a lenda que o feijão de soja surgiu espontaneamente há milhares de anos, num momento em que a China enfrentava uma fome terrível. O responsável pela dádiva foi o deus chinês da agricultura, Hou-tsi, que ofereceu a planta ao imperador.
A partir do século VII, começou a ser conhecida no resto do mundo: primeiro no Japão, um dos países que atualmente mais consome esta leguminosa; depois na Europa, no século XVII, e no século seguinte nos Estados Unidos da América.
A riqueza em proteínas vegetais de elevada qualidade torna a soja uma mais-valia para pessoas em regimes vegetarianos, aparecendo como substituto da carne e do leite.
Sendo uma das leguminosas mais utilizadas no mundo, foi objeto de vários estudos e uma das conclusões é que possui a capacidade de reproduzir algumas hormonas femininas, como o estrogénio, o que ajuda a estabilizar a parte hormonal, especialmente na fase da menopausa. Quando comparada com outras leguminosas, a soja apresenta ainda uma maior concentração de proteínas e gorduras boas (mono e polinsaturadas).
Vale a pena apostar neste tipo de iogurtes?
Este tipo de iogurtes não são realmente uma novidade. Porém, têm chegado ao mercado novos sabores e fórmulas, que têm despertado o interesse dos consumidores, sobretudo dos veganos.
Para a nutricionista Ana Bravo, este tipo de versões vegetais, sejam de soja, coco ou amêndoa, não podem comparar-se nutricionalmente com os iogurtes. “Acontece o mesmo com as bebidas vegetais, só que o processo de obtenção é diferente e por isso há diferença nutricional entre a bebida e o ‘iogurte’ vegetal”.
O leite é uma fonte por excelência de proteína de elevado valor biológico, por exemplo, assim como a fonte de muitas vitaminas e minerais comparáveis a alimentos a que dá origem: aos lácteos, na Roda dos Alimentos.
“Falando apenas de proteína, de todo os alimentos de origem vegetal que são usados para as bebidas vegetais, apenas a soja, que é uma leguminosa rica em proteína, a tem numa quantidade superior. Ainda assim, as bebidas são muitas vezes muito diluídas. O raciocínio nos yofus é o mesmo, o iogurte é um produto fermentado de leite a partir de bactérias que contém, vivas, dando-lhe o efeito probiotico. Mantém muitas características do alimento que lhe deu origem: o leite. A soja faz parte das leguminosas, a aveia faz parte do grupo dos cereais e derivados, os oleaginosos estariam no grupo das gorduras.”
A nutricionista conclui afirmando que são uma opção válida — se escolher as versões sem açúcares adicionados — mas nutricionalmente muito diferentes.
Uma das opções de yofu que encontramos facilmente em qualquer supermercado são da marca Alpro. A versão sem açúcares surge em embalagem de 500 gramas e custa 2,99€. Por 100 gramas tem 42 calorias, quatro gramas de proteína e não tem hidratos de carbono.
Esta é apenas uma das várias opções de yofus à venda nos supermercados nacionais. Carregue na galeria para conhecer mais algumas e os respetivos preços.