O concurso “A aldeia mais portuguesa de Portugal” foi organizado em 1938 pelo Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), em pleno Estado Novo. A competição procurava galardoar a localidade mais genuína, pura e que maior “resistência oferecesse a influências estranhas”. Monsanto venceu o prémio daquela que foi a primeira, mas também última edição do concurso — há quem questione a permanência do título, dado o seu pendor político. Ainda assim, é certo que é uma região repleta de paisagens inesquecíveis, que não deixam ninguém indiferente.
No fim de semana, de 11 e 12 de maio, terá oportunidade de a descobrir pelo próprio pé com a Caminhando. O percurso irá percorrer Penha Garcia, Monfortinho, Salvaterra do Extremo e outras regiões. A ideia é partir de Lisboa às 6h30 para às 11 horas se dar início ao primeiro trilho da atividade: a rota histórica de Idanha-a-Velha. Os pontos de interesse são vários para um percurso de apenas 2 quilómetros. Desde a Porta Norte e Muralhas, à Sé Catedral ou a Torre dos Templários, como o Lagar de Varas e o Museu Epigráfico, vai ser impossível não se entusiasmar com este começo.
A seguir, parte-se para Monsanto, que é também detentora do prémio de Aldeia Histórica, recebido em 1995, muito mais consensual que o anterior. Neste caminho de quatro quilómetros há muitas paragens a fazer, tais como a Porta do Espírito Santo, as Muralhas do Castelo e Cidadela, a Torre do Pião, a Capela e Necrópole de São Miguel, entre outros.
Finalmente, o passeio segue para Penha Garcia. Aqui, durante três quilómetros, vão-se ver as casas típicas, protegidas pelas imponentes muralhas, que levam o participante por becos e ruelas sinuosas que os levam ao cimo do castelo — onde se vislumbra uma paisagem sobre o vale onde corre o Rio Pônsul, acompanhado pelos seus moinhos. A meio vai haver uma paragem na Casa dos Fósseis.
Chegado o último dia, no domingo (12), a Rota dos Abutres tem início às 9h30, para conhecer Salvaterra do Extremo. Vai ser possível ver o rio Erges, cuja água corre pelo meio da dura massa granítica. É a linha de fronteira que o abandonado castelo de Peñafiel, em Espanha, na outra margem e no topo de um penhasco garante carga simbólica e histórica deste ponto. Será o percurso mais longo, com 11 quilómetros de distância.
Por fim, para repor as energias, há um almoço merecido, num restaurante tradicional. A atividade termina com uma proposta mais calma, numa visita guiada por Idanha-a-Nova. O regresso à capital está previsto pelas 16h30. O ponto de encontro de partida e chegada é no terminal rodoviário junto à Estação do Oriente.
A inscrição pode ser feita online, com o custo de 200€ por pessoa em quarto duplo, 240€ se for individual. Inclui o transporte de autocarro e para os locais de cada caminhada e alojamento, o pequeno-almoço no hotel, o almoço de domingo, guia e seguro. As reservas terão de ser feitas até 29 de fevereiro.
Carregue na galeria para descobrir 11 sugestões de trilhos que o vão tirar do sofá.