Ginásios e outdoor

A arte marcial que conquista cada vez mais mulheres (e trabalha todo o corpo)

Numa só modalidade é possível ainda descarregar o stress e aprender técnicas de defesa.
Tem cada vez mais fãs.

O que é que a experiente supermodelo Gisele Bündchen e Isabel dos Santos, a empresária e filha do antigo presidente de Angola, têm em comum? Damos uma pista: não estamos a falar de dinheiro ou da língua portuguesa. A resposta certa é kickboxing.

A modalidade está em destaque nas artes marciais, o desporto que mais está a crescer em todo o mundo. Antigos campeões de kickboxing estão entre os melhores atletas do UFC. Isso inclui figuras como Israel Adesanya, um dos campeões do UFC capaz de acertar golpes com a precisão de uma mira.

Fisicamente, atletas mais altos, que tiram vantagem do comprimento das pernas e braços, estão entre os melhores atletas de kickboxing. Mas como acontece com muitas outras artes marciais, qualquer um pode praticar. E não é acaso ser uma das modalidades que começou a chamar a atenção de cada vez mais mulheres.

Há diferentes razões para tal: uma é a base de autodefesa que traz. Mas uma das razões para o sucesso é pelo facto de uma só modalidade conseguir trabalhar diferentes partes do corpo. Além do mais, há aqui uma descarga de energia que o torna perfeito para deixar o stress para trás. Como se um pontapé bem aplicado tivesse energia suficiente para chutar para canto uma qualquer preocupação do dia a dia.

Rita Gonzaga, de 31 anos, conta à NiT que começou a praticar kickboxing há três anos. Já havia alguma curiosidade quando se decidiu juntar à sua primeira aula. Nunca mais largou o desporto. E não é a única. “Hoje sinto que ao conversar com mulheres se vê cada vez mais o interesse”, conta.

A verdade é que mesmo entre amigas há cada vez mais quem, em conversa ou ao verem uma foto qualquer no Instagram, aproveite para lhe pergunta, não só pelo porquê do kickboxing mas, mais importante, onde e como é que podem também começar a praticar. O bichinho anda aí.

Uma das primeiras grandes motivações de Rita era bastante simples: “Queria praticar pernas”. Descobriu rapidamente mais do que isso: “É um tipo de modalidade em que há imensa entreajuda. As pessoas mais novas ajudam pessoas mais velhas, e vice-versa. Nesta altura eu própria já ajudo novos praticantes e há essa facilidade e liberdade de nos ajudarmos todos uns aos outros”, conta.

“Sempre fiz desporto”, conta-nos, mas no kickboxing já esperava encontrar uma combinação e trabalho de braços e de pernas. Mas há mais. “É um desporto que te dá um boost enorme, tanto a nível de cardio como resistência, e também o poder saber defender-me. Mas é uma descarga muito grande, de aliviar o stress, de combater a ansiedade”. E há aqui também um extra de autoestima a ter em conta.

Antes dos golpes propriamente ditos, há todo um trabalho de aquecimento e cardio para fazer. É importante ativar o corpo, em particular os ligamentos, ajudando a prevenir lesões. Se já viu imagens de algum golpe que deixe um adversário KO, não estranhe mas é importante saber que o cardio tem de lá estar. Cada combate contará com três rounds de três minutos super intensos.

Além de braços e pernas, também outras cadeias musculares como do abdómen, glúteos e ombros trabalham. E sim, numa boa sessão (que pode ser de hora e meia) queimam-se centenas de calorias. Este é um desporto que trabalha ainda o corpo ao nível da elasticidade, equilíbrio, agilidade e coordenação motora. Mas também a precisão e concentração, porque é tão ao mais importante “saber defender como aplicar os golpes”, explica-nos Rita.

A modalidade é um híbrido entre técnicas de Muay Thai, Karaté e boxe que surgiu no Japão nos anos 1960 e rapidamente se espalhou pelo mundo.Numa sessão em grupo pode haver momentos de luta mas sem loucuras. Há respeito por novos praticantes e o cuidado de perceber o que a pessoa procura. No caso de Rita, aquilo que procurava já encontrou. E parece não ir ficar por aqui.

“Cancelei o meu ginásio há uma semana. Prefiro ficar só com a luta. Sinto-me mais à vontade, há esse espírito de equipa”. Falta ainda o passo seguinte que não é para todos mas que Rita já sabe que é para ela: lutar numa competição. Virá certamente com o tal nervosinho extra. Mas não há nada como o gozo por aquilo que gostamos para nos manter ativos.

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