Além de equipamentos confortáveis, de umas sapatilhas de qualidade, energia e determinação, os fãs de corrida vão precisar de mais um elemento indispensável à participação em provas nacionais. Se este é um dos seus desportos favoritos e gosta de seguir o calendário de corridas em vários pontos do País, terá que começar a pagar uma licença.
A decisão da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), aprovada em assembleia geral no passado sábado, 22 de março, garante que todos os atletas não federados terão de obter uma licença para participar em provas de atletismo.
A notícia foi avançada pelo jornal “O Jogo”, que explica que a medida entra vigor já na temporada desportiva de 2025/2026. A licença, emitida pela FPA, terá de ser paga previamente e passa a ser considerada indispensável para participar em qualquer corrida realizada em Portugal.
O documento prevê duas opções: uma diária, por 3€, para os participantes ou organizações com seguro, e 4€ para quem não tenha. A segunda alternativa será anual, com um custo de 35€, incluindo seguro todo o ano. Ambas poderão ser compradas numa plataforma que está a ser criada para esse propósito.
A nova licença foi proposta pelas associações distritais de Setúbal e de Braga, e aprovada com 90 por cento dos votos durante a assembleia geral da FPA, que se realizou em Angra do Heroísmo, nos Açores, para “aprovar o relatório de atividades e contas referente a 2024”, e para definir novas medidas para o meio desportivo nacional.
No entanto, há organizadores de algumas corridas nacionais que se mostram preocupados com esta medida. Também Carlos Móia, presidente do clube que organiza a Maratona e Meia Maratona de Lisboa, já expressou a sua confusão sobre a medida. “Há organizadores organizados, digamos, e outros que não o são. Nós, os organizados, devemos ser ouvidos pela Federação. Só depois é que poderemos chegar a uma conclusão”, afirmou, em declaração a “O Jogo”.
Domingos Castro, presidente da FPA, esclareceu ao jornal: “Os organizadores não têm de nos dar nada. Ficou aprovado que todas as provas têm de ser legalizadas, sejam elas quais forem. Para qualquer corrida um participante terá que comprar uma licença junto da FPA, seja por um dia ou por um ano”.
Castro garante que a decisão foi tomada para garantir que todas as provas são legalizadas, afirmando que tal não acontece atualmente, e que o propósito das licenças é proteger os participantes. “A FPA quer que as pessoas tenham seguro todos os dias e, com os benefícios apresentados, os corredores acabam por não pagar nada”.