ROCKWATTLET'S ROCK

Ginásios e outdoor

Começou a correr aos 50 anos. Aos 80 tornou-se a mulher mais velha a completar um IRONMAN

Natalie Grabow é a prova viva de que nunca é tarde para começar. Só descobriu o triatlo aos 60 anos e na altura não sabia nadar.

São 3,8 quilómetros a nadar, 42,2 quilómetros a correr e 180 quilómetros de bicicleta. O IRONMAN é conhecido como um dos eventos de resistência mais desafiadores do mundo. A preparação implica muito treino e uma mentalidade resiliente. E, se já é difícil para jovens atletas, imagine-se para uma de 80 anos. 

É essa a idade de Natalie Grabow que se tornou na mulher mais velha de sempre a completar o IRONMAN mais famoso do Mundo, no Havai. A norte-americana terminou a prova no passado sábado, 11 de outubro, com um tempo 16 horas, 45 minutos e 26 segundos. Entrou para a história e provou que a idade é apenas um número.

A sua jornada desportiva também é algo pouco comum. A atleta só começou a treinar bem mais tarde do que é habitual, já na casa dos 40 anos. “Eu corria com alguns colegas de trabalho durante a pausa do almoço ou no final do dia”, contou ao “Business Insider”.

A sede de competição levou-a começar a participar em provas de 5 e 10 quilómetros, sobretudo depois de se reformar, aos 52 anos. Mais tarde, os amigos que faziam triatlo encorajaram-na a fazer uma prova. Mas havia um problema: Natalia Grabow não sabia nadar. Foi aos 59 que decidiu aprender. Nessa altura, envolveu-se com o mundo do triatlo. Percebeu que a natação e o ciclismo permitiam manter-se ativa sem sobrecarregar as articulações.

 
 
 
 
 
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Dois anos depois, fez a primeira prova no mar e a primeira maratona de sempre. Foi no IRONMAN do Havai, a prova em que agora se tornou na mulher mais velha a terminar. “Tenho muita sorte de poder fazer isto, por isso corro com gratidão”.

A preparação começa muitos meses antes. Natalie faz duas horas de ginásio por dia. “É resiliente e disciplinada”, conta a treinadora numa entrevista à Reuters. Explica que a atleta trabalha para ultrapassar as mulheres na sua categoria, mas também os homens que participam na sua faixa etária. “Ela estuda os homens e encontra formas de os vencer”.

Treinar não é só uma preparação, mas um estilo de vida. Por isso “nunca falha os treinos” e tem um volume de exercício “elevado para a idade”. Grabow gosta de passeios longos de bicicleta e treinos de mobilidade. A rotina divide-se entre resistência e recuperação. Este ano começou a incorporar treinos de força e mobilidade para manter a flexibilidade e ajudar a prevenir lesões.

A alimentação também é equilibrada e dá preferência a comida saudável. “Como uma variedade de vegetais, carne e lacticínios”. Admite que não se restringe até porque “enquanto atletas ficamos esfomeados”. Por isso, os “doces são o seu favorito, sobretudo chocolate negro”.

Bem-disposta e com um espírito jovem, a norte-americana quer que se lembrem dela pela “boa atitude, o sorriso e pela felicidade com o esforço”. Os organizadores da prova em Kona, no Havai, destacam Natalie como “um ícone de resistência e uma verdadeira inspiração”.

O recorde anterior pertencia a Cherie Gruenfeld que completou a mesma prova, em 2022, com 78 anos. Na meta, abraçou Natalie. “Foi tão querido e carinhoso”, diz.

Carregue na galeria para conhecer a octogenária que é uma “mulher de ferro” – Ironman, em português, traduz-se para homem de ferro.

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