Parte da Nike desde 1984, a marca Jordan, criada em colaboração com o basquetebolista, tem-se mantido relevante ao longo dos anos. É, aliás, a grande patrocinadora dos equipamentos do clube do momento, o Paris Saint-Germain. À frente deste braço da multinacional desportiva — e funcionário da marca desde 1997 — está Larry Miller, o homem no centro da polémica.
“Estava a corroer-me por dentro”, confessou numa entrevista à “Sports Illustrated” divulgada esta sexta-feira, 15 de outubro. O segredo que o atormentava era um homicídio cometido em 1965, tinha Miller apenas 16 anos.
O chefe da Jordan explica que era, à época, “um autêntico gangster”. Confrontado com a morte de um amigo às mãos de um gangue rival, Miller agarrou numa pistola, embriagou-se com três amigos e foi à procura de vingança. Encontrou-a na noite de 30 de setembro, quando assassinou Edward White de 18 anos.
“O facto de ter acontecido por nenhum motivo é o que torna tudo mais difícil para mim”, explica. “Durante anos fugi do assunto. Tentei esconder tudo e esperei que ninguém descobrisse.”
Miller foi apanhado e chegou mesmo a cumprir pena. Mas depois de libertado, fez questão de nunca revelar a ninguém o que lhe aconteceu. Nem mesmo aos amigos mais próximo e sobretudo aos filhos. 56 anos depois, achou que estava na hora de exorcizar o passado.
Apesar do passado atribulado, acabaria por ter uma carreira profissional de registo. Foi executivo da Kraft Foods e da Campbell Soups e chegou mesmo a ser presidente de uma equipa da NBA, os Portland Trail Blazers.
Antes da confissão, Miller fez questão de contar tudo aos dirigentes da Nike e ao próprio Michael Jordan. A empresa ficou do seu lado e apelidou- a de “uma incrível história de segundas oportunidades”.
A história irá ser contada em mais detalhe num livro biográfico que Miller prevê lançar brevemente. “Um simples erro ou a pior asneira que tenhas feito na vida não deve controlar o que acontece com o resto da tua vida”, concluiu.