Estamos habituados a que o mundo fit nos vá dando a conhecer novas tendências de treino e superalimentos que prometem fazer a diferença. Às vezes são casos em que ainda há poucos estudos para o justificar. Desta vez é ao contrário: um curioso estudo revela um surpreendente reforço à nossa performance que andava a passar completamente despercebido.
Na hora de fazer escolhas saudáveis, estamos habituados a que as conversas se centrem no tipo de nutrientes e aquilo que nos podem dar. Mas, e se lhe disséssemos que a diferença pode estar simplesmente numa cor?
Um estudo levado a cabo pela Universidade de Westminster, em Londres, revela que as bebidas cor de rosa nos podem ajudar a correr mais depressa, e até maiores distâncias, do que bebidas transparentes. O trabalho foi publicado no passado dia 12 de maio na “Frontiers in Nutrition”.
O rosa aqui não é nenhum ingrediente secreto mágico. É simplesmente um colorante adicionado a uma bebida adocicada artificialmente. Ambas as bebidas eram a mesma, mas os resultados foram melhores entre os voluntários que provaram a bebida rosa.
Durante o estudo, foi pedido aos participantes que corressem dois blocos de 30 minutos numa passadeira, a uma velocidade a que os próprios selecionassem. O objetivo era que o ritmo de corrida fosse consistente. Durante o exercício, podiam provar uma de duas bebidas: ou a versão colorida ou a versão transparente.
Ambas eram baixas em calorias e tinham o tal toque doce dado pelo adoçante. De salientar que antes da corrida os participantes viram um vídeo que realçava os benefícios de molhar a boca com uma bebida doce.
Os investigadores concluíram que a bebida rosa pode aumentar a performance em 4,4 por cento, além de os participantes terem revelado uma maior sensação de bem-estar. Em comparação, no mesmo período corriam mais 212 metros.
Os investigadores realçam que será preciso fazer mais estudos mas admitem que a cor rosa, mais facilmente associada a sabores doces, pode ter gerado entre os participantes uma maior perceção de que estavam a ingerir açúcar ou hidratos. Isto terá contribuindo para a maior eficácia do treino, sem que o ingrediente extra tivesse o que quer que seja.
A descoberta foi apenas uma parte de um estudo mais abrangente que se debruça sobre a forma com ao cor pode ter impacto no rendimento desportivo. Citado pela “Science Daily”, Sanjoy Deb, responsável pelo estudo, realça que a influência da cor no rendimento desportivo começa a receber mais atenção, lembrando que o papel da cor na gastronomia também já tem sido mais estudado, pela forma como “pistas visuais ou de cores podem afetar a perceção do sabor ao comer” durante a refeição.