No ano 2000, surgiu na televisão norte-americana, um reality show chamado “Survivor”, que tinha como conceito isolar os participantes num local remoto, para tentarem, lá está, sobreviver. Sozinhos, tinham de arranjar comida, conseguir criar fogo e construir abrigos. O formato foi um sucesso.Uns anos depois, em 2007, foi lançado o filme “Into the Wild”, que adaptou a história de Christopher McCandless, um jovem de 22 anos que abandonou a vida citadina em busca de aventura, vivendo (e sobrevivendo) sozinho no meio da natureza, em vários locais dos EUA.
A obra ajudou a romantizar a ideia de largar tudo para abraçar uma vida mais simples e ligada à natureza, mas também os perigos dessa escolha. Se sempre imaginou como seria fazê-lo, ou até se teria capacidade de sobreviver nessa realidade, pode apostar nessa experiência, pelo menos durante uma noite e com companhia.
É essa a proposta da Green Trekker, uma agência de experiências que promove caminhadas, trilhos e outras atividades ligadas ao desporto e à natureza. No último fim de semana de março, dias 29 e 30, vão realizar a “Wild Survivor” na Serra de Montejunto, que se divide entre os concelhos de Alenquer e Cadaval, na zona Oeste.
Numa iniciativa que privilegia a conexão à natureza, os participantes vão ter de explorar “técnicas primitivas de sobrevivência”, refere a organização. A atividade começa às 10 horas de sábado, 29 de março, e termina apenas às 17 horas de domingo, dia 30. “Iremos pernoitar de sábado para domingo em modo bivaque”, refere a Green Trekker, ou seja, um acampamento rudimentar onde vão dormir em tendas ao ar livre.
O ponto de encontro será em São Salvador, no Cadaval. Depois, o grupo irá subir ao planalto da Serra de Montejunto “onde os participantes vão viver em contato direto com a natureza de modo minimalista (apenas com o equipamento determinado)”, afirma a organização.
No primeiro dia, o percurso com 10 quilómetros, tem uma dificuldade moderada, isto é, é acessível a todos aqueles que, mesmo não tendo grande preparação física, estão habituados a caminhar.
A experiência vai passar por fazerem as próprias refeições numa fogueira “e construir abrigos rudimentares para passar a noite”. O objetivo é que, através de técnicas básicas de sobrevivência, consigam “desenvolver a adaptação aos ambientes naturais e a conexão com a natureza”.
A Green Trekker afirma que, à noite, haverá um convívio à volta da fogueira. Por isso, pede aos participantes que levem comida que possa ser confecionada no fogo para ser partilhada entre todos.
No dia seguinte, após o almoço, retomam o caminho de regresso ao ponto inicial, num percurso que terá uma duração de cinco horas estimadas. Durante os dois dias, João Francisco será o guia que acompanhará os aventureiros.
Todos os participantes terão de levar equipamentos obrigatórios, como uma mochila de autonomia (50 litros), um saco-cama e colchonete, alimentos (para 24 horas que devem incluir alimentos para grelhar no fogo), água (1,5 litros), roupa e calçado apropriado às condições atmosféricas.
Outros materiais necessários podem ser alugados ao guia, como uma faca de mato, serra dobrável, toldo (com pelo menos cinco metros), 10 metros de corda tipo paracord, pederneira e um cantil de inox.
O “Wild Survivor” tem um custo de 50€ por pessoa (60€ se quiser alugar o equipamento completo). No preço estão incluídos a presença do guia Green Trekker especializado no terreno, a noite em modo bivaque, seguro de acidentes pessoais e de responsabilidade civil. No entanto, a organização não assegura o transporte até ao ponto de encontro e as refeições.
Para participar é necessário inscrever-se através de um formulário disponível online. Todos os participantes devem ter, pelo menos, 14 anos.
