Ginásios e outdoor

Ficou paralisada num jogo de râguebi mas não desistiu. Agora é uma estrela de hóquei

Em 2017, a antiga guarda prisional sofreu uma placagem que a deixou com uma lesão na coluna vertebral. O resto é uma história incrível.

Dani Czernuszka-Watts estava estendida numa cama de hospital e tinha acabado de saber que estava paraplégica, quando o companheiro lhe mostrou um vídeo de hóquei no gelo, nos jogos paralímpicos. Apaixonada pelo desporto, sentiu logo uma atração pela modalidade, mas rapidamente caiu na realidade e perdeu todo o ânimo. Afinal, ainda tinha um longo caminho de recuperação pela frente.

Em 2017, a antiga guarda prisional sofreu uma placagem durante um jogo de râguebi que a deixou com uma lesão na coluna vertebral. Quase seis anos mais tarde, é uma atleta internacional e que continua a fazer história. O desporto, diz, trouxe “normalidade”.

A atleta britânica de 35 anos, sabia que “a vida nunca mais voltaria a ser a mesma” depois de os médicos lhe terem explicado a extensão das suas lesões. “Agora, temos novos desafios, a vida é o que fazemos dela e eu estou a tentar fazê-la o melhor que posso”, disse à BBC.

Czernuszka-Watts, mãe de três miúdos, venceu todos os desafios que se propôs até agora. Completou duas vezes a Maratona de Londres e navegou à volta da baía Antígua, nas Caraíbas, com outros utilizadores de cadeira de rodas. Quando terminou esta última prova, lembrou-se novamente do vídeo do hóquei no gelo e decidiu experimentar. No início de 2022, realizou uma aula com os Cardiff Huskies. Logo no dia seguinte foi comprar todo o equipamento que precisava para começar a treinar regularmente.

Aliás, treinou de tal forma que em dezembro acabou por ser selecionada para a equipa mista do Reino Unido no Campeonato do Mundo C-Pool. E foi aí que fez história: tornou-se na primeira jogadora — de qualquer nação — a marcar num Campeonato do Mundo de hóquei no gelo.

“Na altura só conseguia pensar que era um peixe muito, muito pequeno num grande lago. Tinha tantas dúvidas, todos os dias dizia a mim própria: ‘sou suficientemente bom para estar aqui’.”

Esta quinta-feira, 31 de agosto, arrancou a segunda edição do Women’s World Challenge, um torneio que a atleta gostava que servisse de trampolim para o primeiro Campeonato do Mundo Feminino em 2025. E mais tarde, para um torneio feminino nos Jogos Paralímpicos. Ela está confiante.

“Desde 8 de outubro de 2017, não houve um único dia em que não sentisse dores e, se não tivermos uma perspetiva positiva da vida, isso pode levar-nos a muitos, muitos lugares sombrios. Tentarei sempre dar o meu melhor em tudo. Só posso dar à vida o meu melhor”, disse ao canal britânico.

Carregue na galeria para ver algumas imagens da atleta em ação.

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