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Ginásios e outdoor

Hot yoga. A modalidade da moda para queimar muitas calorias não é para todos

Contribui para aumentar a capacidade de concentração e numa aula consegue suar tanto como se tivesse corrido 10 quilómetros.

Uma leve sessão de tortura. Esta é uma das expressões utilizadas para descrever uma aula de hot ioga. Imagine-se numa sala com temperaturas entre os 36 e os 39 graus, para praticar uma modalidade exigente — implica realizar posições com permanências de alguns minutos de cabeça para baixo, por exemplo. Estranho, certo? Por mais insólito que pareça, é incrível para o organismo. “Melhora o condicionamento físico, a flexibilidade, tonifica, elimina toxinas, alivia o stress, aumenta a capacidade de concentração e queima muitas calorias” — entre 600 a 900, para sermos mais precisos. Como não podia deixar de ser, tem um “mas”. Não é para todos.

O ioga é uma disciplina espiritual que permite tomar consciência plena da respiração e é o foco nessa necessidade fisiológica (respirar), que permite aprofundar o autoconhecimento. Ao unir esta concentração ao movimento necessário para realizar posturas desafiantes, ajuda a relaxar a mente, trabalha a resistência e a força. O hot yoga tem objetivos semelhantes, com uma diferença crucial: é praticado num ambiente mais quente e húmido. A vantagem? Intensifica os resultados.

O sucesso da modalidade praticada a altas temperaturas é tal, que nem as celebridades lhe resistem. Madonna, Hailey Bieber, Jennifer Aniston ou Meghan Markle, são apenas algumas das famosas que praticam este tipo de ioga, que surgiu como uma maneira de replicar o calor e a humidade da Índia, onde a prática nasceu.

Bikram Choudhury inventou a técnica quando começou a dar aulas de ioga no Japão e resolveu subir a temperatura da sala para 40 graus. O objetivo do yogi era recriar o ambiente da terra natal e ajudar os alunos a melhorarem a flexibilidade. É por isso que muitos estúdios chamam a este tipo de aulas “Bikram Yoga”, em vez de hot yoga. Nomes à parte, o que importa é que todas as sessões são planeadas de acordo com diretrizes do criador, usando apenas 26 poses ao longo do treino, feito em silêncio.

O estilo tornou-se popular no início dos anos 70, quando Choudhury se mudou para os Estados Unidos da América. Porém, embora se tenha afirmado no resto do mundo, a Portugal chegou em 2017 — mas é cada vez mais popular. “Apesar de ser ainda muito recente, no Yoga Room é uma aula muito procurada, aliás, as sessões estão sempre cheias”, diz à NiT Sónia de Moura, responsável pelo estúdio.

Uma modalidade desafiante que exige cuidados

Para ser mais fácil visualizar, basta pensar numa sauna: o ambiente da sala é idêntico. Depois é só imaginar-se a praticar ioga com aquele calor e humidade. Porém, umas variantes são mais quentes que outras.

“Existem vários tipos de hot yoga, o que significa que são utilizadas diferentes temperaturas. Por exemplo, no hot vinyasa a sala está entre os 28 e os 30 graus e é uma aula mais dinâmica. No Bikram Yoga, que aqui no estúdio chamámos hot yoga a temperatura varia entre os 30 aos 42 graus.”

Sónia de Moura aconselha os estreantes na prática deste tipo de ioga a irem com calma — pode ser muito difícil. Para garantirem que o organismo não fica debilitado devido a uma desidratação acelerada, a especialista frisa ainda que é importante beber água ao longo da sessão para se manterem hidratados. “E nunca devem comer antes da aula. Aliás, antes de qualquer sessão de ioga não devem fazê-lo porque há uma grande probabilidade de ficarem indispostas, uma vez que a modalidade exige a respiração pelo diafragma e posições invertidas.

Nas primeiras vezes, Sónia salienta que é normal sentir algum desconforto, “porque o corpo está a habituar-e à diferença de temperatura”. Caso isso aconteça, não deve sair abruptamente da sala, porque pode sentir um choque térmico. “Deve apenas deitar-se, relaxar e ir bebendo água.”

Embora o hot yoga esteja na moda e seja cada vez mais procurado, nem toda a gente pode praticar a modalidade. “Não é aconselhado a grávidas.” Porque existe um risco acrescido de exaustão e, consequentemente, lesões. “Também deve ser evitado se tiver algum problema cardíaco, tendência para ter a tensão baixa, histórico de desmaios ou intolerância ao calor”, diz Sónia de Moura. Isto porque as condições da sala podem interferir com o ritmo cardíaco e causar uma queda repentina da pressão arterial que pode levar ao desmaio.

O Yoga Room é um dos poucos locais em Lisboa onde pode praticar a modalidade. Carregue na galeria para conhecer o estúdio.

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