Ginásios e outdoor

Inês Marques sempre teve peso a mais. Pediu ajuda e perdeu quase 50 quilos em 9 meses

A jovem natural da Póvoa de Varzim era obesa desde os três anos. Depois de se submeter a uma cirurgia bariátrica a sua vida mudou.

Perder peso não é fácil. Exige rigor, disciplina, força de vontade e múltiplos fatores de ordem genética e fisiológica, o que significa que é um percurso complexo e difícil para muitas pessoas. Os números da obesidade continuam a subir em todo o mundo e a Organização Mundial de Saúde considera mesmo que esta doença é a verdadeira epidemia do século XXI. Em Portugal, mais de metade da população é considerada obesa. Inês Marques, de 22 anos, fazia parte deste grupo.

Apesar de ser ainda muito jovem, Inês não se conhecia de outra forma. A jovem licenciada em serviço social conta à NiT que desde miúda que sempre foi a mais gordinha. “Nasci prematura e tomei muitos medicamentos com cortisona nos primeiros anos de vida. Desde os três anos que me lembro de ter excesso de peso”.

“Não gostava do que via no espelho e tinha alguns complexos, mas sempre fui feliz. Nunca me privei de nada, mas também pensava que nunca ia ter um namorado nem usar certas roupas por ser mais gordinha”, recorda. A natural da Póvoa de Varzim começou a tentar mudar a sua imagem e perder peso quando entrou na adolescência. Começou a ser seguida por vários nutricionistas e treinava cinco dias por semana. Porém, nada do que fazia era suficiente. “Cheguei mesmo a tomar comprimidos para emagrecer e segui os famosos planos da Herbalife. Nada resultava”, recorda.

Em 2022 tudo mudou. Foi o ano passado que o pai, também obeso, submeteu a uma cirurgia bariátrica. Durante o processo, Inês questionou o médico se o procedimento poderia também ser uma opção para o seu caso. Após vários exames e recebeu a tão esperada notícia: era apta para a cirurgia. Durante as semanas de preparação perdeu 11 quilos, e no dia da operação, a 30 de abril passado, pesava 103 quilos.

Inês Marques foi submetida a um bypass gástrico, uma operação que potencia a perda de peso através da colocação de uma bolsa no estômago, fazendo com que este órgão fique mais pequeno e atinja mais rapidamente a sensação de saciedade. No primeiro mês após a cirurgia só estava autorizada a ingerir líquidos. Nessas semanas a sopa de legumes foi a sua maior aliada. “Era a única coisa que me sabia bem”, explica. Começou a ver resultados e a motivação para continuar a tornar-se cada vez mais saudável foi aumentando.

Quando iniciou este processo pesava 112 quilos. Nove meses depois a jovem já perdeu cerca de 66 quilos. Vestia calças número 44 e atualmente veste o 38. “Ainda tenho de perder cerca de cinco quilos para atingir o meu objetivo.” Quando questionada sobre a sua meta, explicou: “Penso que será o peso com o qual me vou sentir completamente confortável e confiante”. Para já, ainda não sabe se irá ser necessário recorrer à cirurgias plásticas para remover pele em excesso — um problema muito comum em quem emagrece muito. No entanto, admite que poderá ser um dos próximos passos, “pelo menos nos braços”.

O desporto sempre fez parte da sua vida e é uma das coisas que a tem ajudado a moldar a silhueta. “Neste momento vou ao ginásio três vezes por semana e faço sobretudo musculação. Tenho um plano em que me foco sobretudo nos membros superiores, porque além de ser onde estou mais flácida os exercícios ajudam a fortalecer a zona das costas e ombros para melhorar a minha postura”, explica.

Um dia alimentar tipo

Inês passou a comer com mais frequência, mas menos quantidade de cada vez. O seu dia começa com meia torrada e um café. A meio da manhã come metade de uma banana. À hora de almoço come uma sopa de legumes e uma pequena porção de proteína (peixe, ou carne) com hidratos de carbono. Depois, a meio da tarde, opta por um iogurte líquido e meia sandes de fiambre de peru. O jantar é muito semelhante ao almoço. O dia alimentar termina com meio iogurte proteico.

Agora, o objetivo de Inês é chegar aos 60 quilos, o peso que considera saudável. Porém, confessa que sente algum receio de ir longe demais e deixar de se reconhecer no espelho. Para evitar que isto aconteça, vai continuar a manter o foco na alimentação e a treinar com consistência.

A época festiva que acaba terminar é a mais desafiante para muitas pessoas em pessoas em processo de perda de peso, mas Inês assegura que esta altura do ano deixou de ser um problema. “Quando vi os doces parece que fiquei cheia só de olhar”, revela. Apesar de considerar que este foi um obstáculo superado, reconhece que o maior desafio ainda estará para chegar: “só um ano após a cirurgia é que o nosso peso começa a estabilizar e a partir daí tenho de continuar com minha rotina”.

Carregue na galeria para ver algumas imagens do antes e depois de Inês Marques.

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