A pandemia foi violenta para o mundo dos ginásios, que se viram obrigados a fechar portas com os períodos de confinamento. Mas o desconfinamento trouxe também uma nova tendência. Há cada vez mais espaços onde o treino se faz em ambiente mais próximo e adaptado às necessidades de cada pessoa.
Se já deu por si a entrar num ginásio de grandes dimensões e a sentir-se perdido, não pense que é caso único. Ou há máquinas ocupadas ou não sabe bem como começar nas que estão disponíveis. E se a abordagem for diferente? E se for ao ritmo de luzes e socos, com luvas prontas para socar sacos? E se a tal descarga de energia não só der para para aliviar o stress, como ainda dá para queimar calorias e ganhar pontos como se estivesse num qualquer videojogo?
Foi ainda em maio que a NiT lhe falou da novidade que aí vinha. O Bhout Boxing Club ainda demorou a fechar os planos ambiciosos mas já abriu finalmente portas. Foi a 9 de agosto. Situa-se no número 11 da Rua João Villaret, a meio caminho entre o Campo Pequeno e o Areeiro.
Há cartazes curiosos de Michael Jackson e até a Mona Lisa com luvas de boxe. Há um ambiente entre neón e cruzamento de luzes que pode ter o seu quê de discoteca. Não se deixe enganar. Ali é para treinar.
“Nós propusemo-nos reinventar a tendência do fitness boxing”, contou-nos o gestor e instrutor de artes marciais Mauro Frota. A ideia era pegar no que já se começava a fazer de novo e levá-lo a um outro nível. “Quisemos fazer isto de modo científico: fomos olhar para a música e começámos a ver que, mesmo as grandes marcas de fitness, trabalham só duas áreas da música: o estilo musical e as batidas por minuto. Fomos trabalhar uma terceira dimensão, a do volume”. Agora já passámos da ideia à realidade.
Como funciona
Neste conceito mais moderno de estúdio, o foco é mais individualizado e a tecnologia ganha outra dimensão. O Bhout está forrado com material acústico. Cada saco de boxe foi desenhado de raiz, com 130 litros de água e duas camadas de espuma, e conta com um sensor ligado a um sistema que vai medir a performance, transformando isto em pontos. “Cada saco é uma PlayStation gigante”, comparava Mauro Frota.
O treino no Bhout está estruturado para 45 minutos. Há nove rounds, com o primeiro e último a serem os de menor intensidade. Toda esta intensidade é trabalhada com o tal jogo de cores, música e volume. É uma dança de golpes, pontos e motivação sempre a andar.
Os rounds do meio vão alternando entre cardio e trabalho de força. Cada pessoa tem acesso a kettlebells, bandas elásticas, halteres ou sistema de treino em suspensão. Houve cuidado nas escolhas, o que ajuda também a explicar a demora até tudo estar pronto.
A ideia é a experiência não se tornar repetitiva com o tempo. Todos os meses, as músicas e o tipo de exercícios vão mudar e há ainda margem para a pessoa decidir se quer trabalhar corpo inteiro ou centrar a atenção em determinadas cadeias musculares.
O espaço total tem 300 metros quadrados, o que inclui os escritórios. Cerca de 100 metros quadrados são exclusivos para o treino. Os balneários são individuais e há até uma toalha de rosto gelada e aromatizada para cada cliente no final das sessões de treino.
As inscrições são sem fidelização e incluem sempre o kit de luvas para treinar. Há quatro categorias de preço, que vão de Star (36,60€, com quatro treinos mensais) a Myth (78€, acesso a 20 treinos). Carregue na galeria e descubra mais sobre este novo espaço.