Quando vamos ao ginásio, preparamos a toalha, o smartwarch e o snack pós-treino. Se formos passar uns dias à neve, garantimos que temos um fato a altura da ocasião, óculos a rigor e botas adequadas. E para o bubble football? No meu caso, não pensei em nada em especial. Afinal, é só dar uns empurrões e chutar a bola. Ou, então, não.
A empresa Bubble Futebol convidou-me para experimentar a modalidade e deixou uma lista de recomendações: roupa desportiva (T-shirt, calças ou calções e ténis), alegria e boa disposição. Até aqui pareceu-me simples. Convidei dez amigos e lá fomos nós.
Equipámo-nos nos balneários do Urban Soccer, que fica no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, sem grandes preocupações do que aí vinha. Descontraídos e sem aquecimento feito, limitámo-nos a observar um grupo de miúdos de cinco e seis anos que faziam a atividade parecer demasiado fácil. Posso adiantar-vos que, sem quaisquer dúvidas, eles estão mais em forma do que nós, que temos entre 24 e 27 anos.
“Até os miúdos jogam isto, está no papo”, dizia um. “Fazemos isto na boa, não cansa nada”, ouve-se do outro lado. Apenas uma das pessoas do grupo que, por acaso, fazia anos — talvez tenha sido um presente inconsciente —, se lembrou de fazer alguns sprints. Quanto a mim, que não ponho os pés no ginásio há algum tempo, julguei estar preparada. Mas não podia estar mais enganada.
Entrámos no campo e foram-nos dadas algumas indicações essenciais. A mais importante de todas: o que é o bubble football. Basicamente, trata-se um jogo de futebol normal mas os jogadores estão dentro de bolhas gigantes insufláveis.
Explicaram, também, que é sempre jogado em equipas de quatro contra quatro e que, naquele caso, os jogos iam ter a duração de cinco minutos até fazer o total de uma hora. Alguns de nós ficaram tristes por perceber que teriam de trocar entre jogos, mas rapidamente a vontade se inverteu — já conseguem prever a moral da história, certo?
Como éramos quatro mulheres e sete homens, as duas monitoras que nos acompanhavam — a Ana e a Inês — dirigiram uma regra específica aos elementos masculinos: “Medir a força e ter cuidado com as miúdas.”
Mostraram também o truque para vestir as bolhas insufláveis: de barriga para baixo colocamos um braço e depois o outro. Não vale a pena tentar pôr os dois ao mesmo tempo — mas houve, claro, quem aceitasse o desafio.
Atacadores apertados, bolhas vestidas, bola a meio do campo e quatro pessoas de cada lado prontas para o primeiro embate. Como no Bubble Football chocar com o adversário, ou até derrubá-lo, não é sinal de cartão vermelho, isso foi o que todos tentaram fazer. Resultado: rapidamente havia mais gente no chão do que a correr atrás da bola.
Ainda só tinham passado dois minutos e já se ouviam suspiros profundos de cansaço. Lembram-se dos miúdos de cinco e seis anos que pareciam fazer tudo super fácil? Afinal, enganaram-nos. Não estávamos preparados fisicamente nem psicologicamente para tanta exigência.
Como devem calcular, quando foi necessário fazer trocas, não faltaram voluntários — sim, eu fui um deles. Naquela altura já ninguém considerava uma hora de jogo pouco tempo.
Acreditem ou não, aquela bolha cria uma espécie de sauna ambulante que, juntamente com a corrida, provoca um verdadeiro treino de alta intensidade. Tenho de pena de não ter levado um smartwatch — nunca pensei estar perante um treino — mas devo ter queimado umas 500 calorias.
Passaram-se cinco minutos e voltei a entrar com um objetivo: não era marcar um golo mas, sim, derrubar alguém. Porém, quem acabou no chão fui eu. E para me levantar? O corpo parecia mais pesado a cada segundo. Portanto, quando receberem um convite para jogar bubble footbal, por favor, não subestimem a modalidade.
Nos primeiros jogos estive mais à defesa — estava a guardar-me para um momento de estrelato. Foi na quinta ronda que, já a ponta de lança, completamente isolada, chutei e marquei um golo. Foi o meu momento alto, até porque em todos os outros estive, literalmente, sempre em baixo, em contacto com o chão. É uma maneira glamourosa de dizer que estava constantemente a ser derrubada, não acham?
Até aqueles que estavam em melhor condição física, decidiram ser sinceros: é mais difícil do que parece e requer grande esforço. O nosso entusiasmo e níveis de adrenalina aumentaram a cada jogo, assim como o cansaço e o respeito pela atividade que, sem dúvida, vale a pena experimentar pelo menos uma vez na vida.
O pior foi quando acordei no dia seguinte e percebi que estava dorida. Mal levantava os braços e colocar a quinta mudança durante a condução tornou-se um verdadeiro sacríficio. Senti que era tudo resultado de um treino militar — mas bem divertido e que ainda nos ajuda a ficar em forma. Portanto, estou pronta para mais um.
Todos os nossos jogos foram fotografados pela equipa da Bubble Futebol e, além de cabelos desajeitados e maçãs de rosto bem vermelhas, vêem-se quedas e muitas acrobacias — em total segurança, claro.
A Bubble Futebol organiza jogos para grupos de amigos, festas de aniversário, despedidas de solteiros, eventos empresariais e team building. A modalidade pode ser acontecer em campos próprios ou num dos espaços parceiros da empresa (sem limite de participantes): Parque das Nações, Avenida de Roma, Campo Pequeno, Alfragide – The Cage, Fut Soccer – Olivais e Urban Soccer – Monsanto (campos outdoor); ou Airfut – Prior Velho, Arena ITS – Olivais; Infoot – Mem Martins, Urban Soccer e Urban Fut 5 – Cacém (campos indoor).
Os preços são de 150€ (60 minutos), 200€ (90 minutos) e 250€ (120 minutos). O aluguer do campo acresce entre a 35€ e 45€ por hora. Todos os valores (divididos pelo grupo) incluem seguro de acidentes pessoais e a oferta de uma reportagem fotográfica, convites de aniversário (se for o caso) e espaço para lanche.