Entrar numa espécie de câmara congeladora de livre e espontânea vontade (e pelo próprio pé) pode parecer coisa de malucos. Ou uma cena de filme terror. Porém, não é uma coisa nem outra. Estamos a falar de uma terapia algo assustadora à primeira vista, mas que tem vários benefícios — sim, leu bem.
A criosauna foi inventada em 1978, pelo professor japonês Yamauchi com base na crioterapia, ou seja, a cura do frio para inflamações e doenças musculoesqueléticas. Nos anos 80 as cabines passaram a ser utilizadas na Europa, para ajudar na recuperação de atletas de alta competição.
Atualmente, a crioterapia de corpo inteiro é um dos métodos mais conhecidos e procurados também. O procedimento passa por entrar numa cápsula com jatos de nitrogénio líquido entre os 110 e os 190 graus negativos. A exposição dura cerca de um a três minutos e a cabeça, as mãos e os pés são as únicas parte do corpo que não ficam ao frio.
“A exposição a temperaturas muito baixas é uma prática inovadora e é uma forma eficaz de ativar os mecanismos de auto-cura do nosso corpo. O arrefecimento da camada superior da pele, por um curto período, ajuda a estimular os processos metabólicos, a reduzir a ansiedade e a fadiga, a melhorar a qualidade do sono e a estimular o sistema imunitário. É um excelente produtor de colagénio também” explica à NiT Catarina Coelho da Criosauna, em Cascais.
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A diferença relativamente ao método de mergulhar o corpo numa banheira cheia de gelo, como faz, por exemplo, a Sara Sampaio, é o conforto. “A exposição a correntes de ar frio é bem mais confortável do que os métodos tradicionais, porque em temperaturas extremamente baixas o ar quase não contem humidade.”
Na criosauna os clientes entram na cabine de fato de banho (ou roupa interior), com umas botas de pêlo calçadas e luvas nas mãos (ou elevam os braços para ficarem fora do cilindro.) O objetivo é que as extremidades se mantenham quentes.
Assim que entram no cilindro são envolvidos numa nuvem de vapores de azoto muito fria, ativando os recetores na pele. Esses enviam impulsos elétricos ao cérebro e o sistema nervoso central identifica um estado de perigo, que ativa um mecanismo complexo de reação focado em defender o corpo para sobreviver num ambiente extremamente frio.
“Em resposta, os músculos e os vasos sanguíneos contraem e o fluxo de sangue aumenta. Para fornecer os nutrientes necessários aos órgãos principais, o organismo entrada num estado de superprodução para enriquecer o sangue com eritrócitos, oxigénio, colagénio e outras substâncias essenciais. Os metabolitos e toxinas são rapidamente decompostos e eliminados.”
Os benefícios da crioterapia
Devido aos efeitos benéficos, esta terapia com frio é usada em diferentes áreas. Na medicina é utilizada sobretudo como analgésico, anti-inflamatório e de combate à dor reumática, uma vez que estimula a produção de cortisol, uma hormona responsável pela redução do stress.
Na estética é utilizada para tonificar a pele, ajudar a reduzir a celulite, na perda de peso — uma sessão de três minutos gasta 800 calorias —, redução de rugas e redução da retenção de líquidos.
No desporto profissional é usada há já vários anos para acelerar a recuperação de lesões e do cansaço. “A crioterapia veio substituir a longa e dolorosa banheira de gelo com um tratamento prático, rápido e indolor.”
Na Criosauna, em Cascais, uma sessão de crioterapia custa 50€. Ao sábado a clínica organiza sessões das 11 horas Às 13 horas com desconto em que paga apenas 30€. No entanto, há mais espaços em Lisboa que fazem o mesmo procedimento, como a Forma Silk no Estoril ou a Clínica Medisen, em Almada.