Maria Westwood tem 24 anos e sempre foi apaixonada por desporto. Vive na Marinha Grande e desde miúda que praticou judo, natação, ginástica e equitação. Aos 14 anos, decidiu entrar num ginásio. “Quando passei para o secundário, comecei a ficar mais preocupada com a minha imagem. A partir daí iniciei os meus treinos de musculação e sempre apontei para o corpo que tenho hoje: com curvas, cintura fina, glúteos avantajados, que é muito a tendência atual”, conta à NiT.
Apesar da sua paixão por desporto, quando chegou a altura de ingressar na faculdade, acabou por tirar uma licenciatura em engenharia informática. “Foi por influência da minha família, nunca acreditaram no desporto porque era, diziam eles, uma área sem saída, já muito lotada e na qual ganharia pouco.” Chegou também a tirar um mestrado em computação móvel.
Já com 20 anos, conheceu o marido, Gonçalo Westwood. Foi ele quem lhe deu a força de que precisava para seguir o seu sonho no mundo do fitness. Ainda entrou numa licenciatura de desporto, mas acabou por desistir depois do primeiro semestre, devido à falta da compatibilidade de horários. “Todos os dias perdia duas horas em viagem, começou a ficar impossível”, refere sobre a distância entre Marinha Grande e Rio Maior, que tinha que percorrer diariamente.
Foi com a ajuda de Gonçalo que decidiu criar a Peach Perfect, com 22 anos. “Era uma coisa ainda muito verdinha, só em setembro do ano passado é comecei realmente a empenhar-me a sério. Até agora, alcancei um crescimento de mais de 11 mil pessoas em apenas 5 meses no Instagram e mais de 140 mil no TikTok”, diz.
Com a comunidade Peach Perfect, Maria acompanha e ajuda mulheres a conquistarem os resultados que procuram para os seus corpos. Tudo é feito online. Os planos de treino são elaborados “com o aval” do marido, licenciado em desporto, condição física e saúde, fisiologista e certificado em nutrição desportiva.

E porquê um projeto só para mulheres?
Maria Westwood explica que as mulheres são o público com que mais se identifica. “Qualquer problema que as minhas clientes tenham, nomeadamente sobre menstruação, compulsão alimentar, anorexia, bulimia, estão mais à vontade em falar sobre isso com uma mulher. Até porque eu mesma já passei por esses problemas.”
Aos 14 anos, quando começou a treinar, comia muito pouco. “Pesava 47 quilos, era capaz de comer apenas uma maçã e um pão por dia. Depois, aos 17 anos, comecei a sofrer de compulsão alimentar. Fazia uma dieta super-restritiva e ao fim de semana comia tudo o que me aparecia à frente. Foi o meu marido que me ajudou a ultrapassar isso e ater um estilo de vida mais saudável. É fundamental encontrar um equilíbrio. Se comemos porcaria, não vamos compensar, porque depois o corpo fica com mais fome e acabamos por cair no mesmo erro. É um ciclo vicioso”, refere.
Outra das razões para acompanhar apenas o público feminino está no facto de já ter sofrido assédio por parte de homens quando treinava em ginásios. “Já tive várias situações dessas, mas acabei, ao longo dos anos, por bloquear essas memórias”, diz. Apesar de procurar manter-se no seu canto, eram comuns as importunações de homens com idade para serem seus pais que “tentavam meter conversa e tentavam aproximar-se para explicar como se faziam os exercícios”. “Às vezes passava e os homens começavam logo a olhar. Chegavam-se perto, tentavam conversar, mandavam piadas sem jeito nenhum. Não gostava disso, estava lá apenas para treinar.”
Foi por isso que também decidiu fazer um projeto “exclusivo para mulheres”. “Prezo muito essa vertente da minha comunidade. Decidi fazê-lo dessa forma e bloquear tudo o que é género masculino que lá aparece também para me proteger de mensagens predatórias que todas nós mulheres já recebemos e sabemos o quão desconfortáveis são. Também não me sinto bem em saber que estão homens a ver o meu perfil, não existe lá nada para eles, o meu conteúdo é completamente feminino.”
Maria admite que, por ser um projeto online, está muito exposta a todo o tipo de comentários, mesmo do público feminino. “Dizem que estou cheia de celulite ou que as minhas fotos são cheias de photoshop (garanto que não são). No início afetava-me, mas rapidamente apercebi-me que existem pessoas que se alimentam de mandar as outras a baixo, porque estão inseguras de si próprias. Então já nada me afeta”, garante.
Peach Perfect: como conseguir o glúteo perfeito
Neste momento, Maria conta com uma centena de alunas ativas. “O meu foco são os planos de treino e alimentação ajustados aos objetivos, características e necessidades de cada uma. Os treinos são elaborados com a ajuda do meu marido Gonçalo e os planos de nutrição são feitos por um nutricionista. O contacto é sempre feito comigo, pelo WhatsApp, onde semanalmente as minhas alunas relatam o progresso que têm feito para podermos ajustar tudo”, explica.
E não é só de glúteos que se faz este projeto. “A principal tendência atualmente é o corpo definido, tonificado, a barriga chapada e o rabo desenvolvido.” Numa altura em que o verão está quase aí à porta, “os glúteos bem desenvolvidos, com a menor quantidade possível de celulite e massa gorda e a barriga lisa são os principais objetivos”, sublinha.
A chave está no equilíbrio. “É preciso encontrar um equilíbrio ideal nas calorias e macronutrientes para otimizar a redução de gordura ao mesmo tempo que maximizamos o desenvolvimento dos grupos musculares chave da pessoa, que por norma é o trem inferior com foco no glúteo. A periodização de treino é base para alcançar este último”, esclarece.
A maioria das alunas de Maria são pessoas que treinam em casa devido à falta de tempo. No entanto, garante que os resultados começam a aparecer logo após um mês de treinos. “O derradeiro objetivo para a maioria das pessoas é alcançado entre os três e os seis meses de acompanhamento. Recomendo treinar, pelo menos, três a seis dias por semana, mas nós ajustamos sempre tudo consoante a disponibilidade de cada uma.”
O exercício físico é uma das componentes principais para o “corpo perfeito”, mas nada se faz sem a alimentação adequada. “Temos um modelo alimentar com várias opções para cada refeição: pequeno-almoço, almoço, dois lanches e jantar. E damos dezenas de alternativas e opções de escolha para as pessoas não se aborrecerem. As alunas têm liberdade para comerem uma bolonhesa, uma pizza proteica, iogurtes proteicos, mousse, ovos, queijo fresco., quiche, chocolate. Ajustamos tudo à preferência e gostos das pessoas, tendo também em conta possíveis restrições alimentares. Além disso, todas as clientes têm direito a uma refeição livre por semana onde podem comer o que mais gostarem, ou seja, nunca vão ter de dizer adeus àqueles alimentos que mais gostam”, assegura.
Para ser acompanhada por Maria Westwood, o preço dos pacotes variam consoante os meses de subscrição. Para um mês, o custo é de 99€. Já para seis (o tempo máximo) é de 199€. Ao fim de meio ano, o plano pode ser renovado.