Luís Bidarra, nasceu há 46 anos na Guarda, mas apaixonou-se pela mulher, a Ana, numa subida ao Pico. Não resistiu aos encantos da ilha e decidiu mudar-se de malas e bagagens para lá, em 2012. A prima Liliana Martins seguiu-lhes o exemplo e também encontrou o amor na montanha açoriana. Com tanto em comum e um fascínio desmedido pela região, resolveram criar o festival Pico Zen. A edição deste ano terá lugar no Parque de Campismo de Santo António, na Furna, de 27 a 30 de abril.

O evento que promove o bem-estar realizou-se pela primeira vezem 2018 e contou apenas com a participação de familiares e amigos. O sucesso foi tal que, no ano seguinte, acabaram por abrir a iniciativa à comunidade. A pandemia ditou uma pausa forçada que só terminou em 2022. Agora, “2023 traz não só maturidade, porque já percebemos o que podíamos e devíamos melhorar e incluímos também várias novidades”, explicam.

O desenvolvimento do conceito foi inspirado na própria ilha. “Queríamos fazer algo com atividades distintas, que enaltecesse não só o melhor do Pico, como o bem-estar e o desporto. A parte holística, composta pelo ioga e meditação, é responsabilidade dq Liliana, que é instrutora destas práticas”, refere o diretor do Pico Zen.

Sem esquecerem os habitantes da ilha, construíram um festival com atividades para quem lá vive e para quem os visita. “O grande objetivo é que as pessoas se conheçam a si próprias, enquanto descobrem o melhor do Pico”, diz Luís Bidarra à NiT. Os participantes terão oportunidade de realizar várias atividades desportivas, como o mergulho, o ioga, o Pilates ou uma subida noturna ao topo da montanha para apreciarem o nascer do sol — e muito mais. O programa também inclui workshops para aprenderem a fazer algumas das especialidades da região, como o popular bolo de milho.

“O Pico tem trilhos de excelência e, por isso, criamos uma prova de trail com duas distâncias — 10 e 20 quilómetros — que têm como cenário as bonitas paisagens da ilha.”

As novidades desta edição

A música também não ficou de fora, ou não fosse ela essencial ao bem-estar, realça Liliana Martins. “É essencial não só para a dança, como para o ioga, para a meditação e respiração.” Como no último dia do festival se celebra também o Dia Internacional do Jazz, haverá um concerto com a Orquestra Juvenil da Escola Básica e Secundária de São Roque do Pico, para assinalar a data.

Porém, esta não é a grande novidade de 2023. Esta edição terá duas atividades novass: observações dos astros e estrelas e uma experiência de scuba diving. “A riqueza do Pico vai muito além do seu limite terrestre e prolonga-se até ao fundo do mar. São poucos os sítios da ilha onde não avistamos oceano, que é fundamental para quem cá vive e tão atrativo para quem visita”, explica Luís Bidarra.

Sobre o workshop de astronomia, o beirão explica que será “cheio de curiosidades, factos e reflexões, em que irão fazer o reconhecimento de constelações e outros astros visíveis no céu açoriano.”

Quando pensaram na data do evento, não tiveram grandes dúvidas: “Escolhemos a altura do ano que a ilha tinha menos afluência — abril—, para ajudar a combater a sazonalidade.”

A inscrição pode ser feita online até 25 de abril. Os preços, com tudo incluído, vão dos  400€ para os miúdos até aos 12 anos até aos 750€. Porém, se quiser fazer uma atividade específica pode comprar o bilhete individual. Um concerto custa, por exemplo, 10€, e a subida noturna à montanha 65€.

Como lá chegar

Caso esteja em Lisboa, pode apanhar um avião direto para o Pico. Para as datas do festival, os bilhetes de ida e volta custam desde 372€. Se estiver no Porto, os preços diminuem para 345€. Assim que chegar, o melhor é alugar um carro porque o alojamento fica a 20 minutos do aeroporto — caso opte pelos transportes públicos pode demorar 40 minutos a lá chegar.