Futebol, ginástica acrobática, basquetebol, voleibol e corfebol foram apenas algumas das modalidades que João Galileu já praticou. Agora, decidiu pegar nas raquetes e inaugurou um centro exclusivamente dedicado ao padel. O empresário descreve-se como um nómada: nasceu nos Estados Unidos e viveu em Nova Iorque até aos sete anos, altura em que regressou a Portugal com os pais, mais concretamente a Torres Vedras. Aos 15 anos, a família mudou-se para Peniche e, quando chegou o momento de ingressar na faculdade, João mudou-se para Lisboa.
Apesar das mudanças, o desporto acompanhou-o em todas as fases da vida. Começou a praticar ginástica acrobática aos oito anos e, entre os 10 e os 12, jogou futebol federado no Sport Clube União Torriense. Mais tarde trocou as balizas pelos cestos e foi jogador federado de basquetebol nas equipas da Física Torres Vedras e da Stella Maris, até que, aos 18 anos, se dedicou ao voleibol no Clube Desportivo de Peniche.
A sua passagem pela Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa, onde estudou gestão do desporto, levou-o a mudar de modalidade mais uma vez, optando pelo corfebol. Entre 1997 e 2003 chegou mesmo a integrar a Seleção Nacional da modalidade. Em 2023, decidiu abandonar o corfebol e dedicar-se a atividades como ioga, corrida, BTT e padel.
Em paralelo, João fez carreira como gestor desportivo, especializado na indústria do fitness. Um dia, no âmbito de um projeto profissional em que estava envolvido, decidiu substituir um campo de ténis por um de padel e foi considerado “louco” por muitos. “Naquela época, a modalidade ainda era praticamente desconhecida no nosso País e ninguém compreendia a minha aposta, mas sempre estive atento às tendências e percebi que estava em crescimento”, recorda o proprietário, de 53 anos, à NiT.
Após a morte do pai, em 2022, João decidiu regressar a Peniche, onde a sua mãe ainda reside. “Os meus pais têm uma quinta e, para não deixar o terreno ao abandono, e acompanhar a minha mãe, reformulei a minha vida e passo uma semana em cada cidade.”
Um dia, durante um passeio pela região, encontrou uma espécie de antigo armazém esquecido, onde decidiu criar o clube Padel Rey. “Brinquei com o nome, pois as instalações estão localizadas em Serra d’El Rei e próximas da praia d’El Rey, então decidi fazer essa união.”
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O clube já está a funcionar em regime de soft opening, com a inauguração prevista para o final do mês. Com uma área de 1800 metros quadrados, contará com uma academia onde todos, “dos quatro aos 99 anos”, poderão aprender a jogar padel, sendo este o principal foco do negócio.
Além disso, haverá uma zona de bar com snacks saudáveis, onde a promoção de uma alimentação equilibrada será a prioridade. Os cinco campos indoor, todos com paredes de vidro, podem ser alugados a partir de 40€. As condições e preços detalhados podem ser consultados online.
No próximo sábado, 14 de dezembro, realizar-se-á um workshop com João Plantier, considerado um dos pioneiros do padel em Portugal. A sessão está marcada para as 14 horas, tem um custo de 25€ por pessoa e está limitado a 16 participantes. “Quero promover a prática do padel na comunidade e estabelecer uma relação próxima com os clientes”, sublinha João.
Um dos principais atrativos do clube é um mural criado pelo artista plástico Carlos Vala, que retrata o professor Nuno Bello, uma figura proeminente na região, que desapareceu em 2023. “Acompanhou-me durante o ensino secundário e na equipa de voleibol. Deixou um legado desportivo único, tendo criado o setor de ginástica nos anos 70 e sido responsável pela primeira prova de triatlo em Portugal. Quis que ele estivesse representado no primeiro espaço de padel em Peniche.”
As inscrições no clube podem ser feitas presencialmente, com visita às instalações, ou através das redes sociais. Quanto ao futuro, João tem objetivos bem traçados: “Um dos meus principais focos é promover o crescimento da modalidade e o impacto junto dos mais jovens, pois há muito a fazer nas escolas. Além disso, Peniche é um destino turístico importante para o surf, e quero atrair esses públicos.”
João enfatiza que a sua prioridade é “tornar o clube uma referência nacional e um exemplo de boas práticas na gestão da modalidade, bem como na forma como nos relacionamos com os clientes”.
Carregue nas imagens para ver algumas imagens do primeiro clube de padel de Peniche.