A receita não é nova — e pouco ou nada mudou desde que foi descoberta. Ter uma alimentação equilibrada e variada e praticar exercício físico todas as semanas é o método infalível para conseguir o corpo com que sempre sonhou. Porém, existem pequenas dicas que também podem ajudar. Uma delas é japonesa e não podia ser mais simples.
O método criado por uma osteopata japonesa, Kyoko Imamura, garante que ao alongar o corpo durante um minuto, todos os dias, vamos conseguir queimar gordura mais facilmente e, assim, perder peso.
O segredo foi partilhado no livro “Um corpo 10 em 1 minuto” (à venda na Wook por 12,75€), onde Imamura explica que este exercício melhora a capacidade de “queimar de gordura” das mitocôndrias. Quando estimuladas, estas estruturas trocam o açúcar por energia. Quando estão cansadas, a capacidade do corpo de “queimar gordura” diminui.
No entanto, não são todos os músculos que devem ser alongados. “Estimular certas zonas tem mais efeito que outras”, diz a autora. E dá exemplos: “Pode ser trabalhada a parte inferior do abdómen, os adutores na parte interna da coxa e a parte posterior da mesma, ou os romboides localizados nas omoplatas”.
O objetivo é acabar com uma barriga lisa, cintura mais fina e os glúteos e coxas firmes. Como consequência, ajuda na perda de peso e na diminuição da massa gorda.
Funciona mesmo?
“À primeira vista parece inacreditável. Podemos até achar que estamos perante mais um método daqueles que surge para nos iludir. Mas este tem uma razão científica por trás e pode resultar”, diz à NiT o personal trainer e especialista em alto rendimento, Nelson Fernandes.
“As mitocôndrias são minúsculas estruturas (organelas) localizadas dentro de praticamente todas as células do nosso organismo. A quantidade varia consoante a célula e segundo a necessidade energética de cada órgão”, explica o PT.
Estas estruturas são responsáveis por diversas atividades essenciais do funcionamento celular. No entanto, a sua função mais conhecida é a conversão da energia dos alimentos. “Esse processo, chamado respiração celular, tem como base os carboidratos, lipídios e proteínas, que passam por reações químicas e que dentro das mitocôndrias dão origem a uma molécula altamente energética, o trifosfato de adenosina (ATP). E é o ATP que serve como fonte energética para todas as ações das células”, adianta o especialista em exercício físico.
A relação com a perda de peso entra neste passo. “Por serem capazes de converter lipídos em ATP (energia) as mitocôndrias têm a capacidade de queimar gordura corporal para atingir aquele corpo de sonho que procuramos”, refere Nelson Fernandes. “Para isso é preciso aumentar a biogénese mitocondrial — o processo de produção de novas mitocôndrias dentro das células. Quanto mais mitocôndrias saudáveis, maior será a propensão do organismo para transformar gordura em energia”, acrescenta.
Para estimular essa produção devemos apostar na prática de exercício “aeróbico intenso, a restrição calórica, a exposição ao frio, a suplementação de alguns nutrientes e a adoção de uma dieta cetogênica (rica em gorduras saudáveis)”, diz o PT.
A técnica japonesa defende que um minuto de alongamentos ou exercícios funcionais, como sentar, levantar, subir e descer, ajudam a multiplicar a atividade muscular em 700 por cento enquanto se caminha, 670 por cento de pé e mais de 250% sentado. “O facto de alongar os músculos encurtados, vai ajudar a gastar mais calorias e assim, aumentar o gasto calórico. Isto acontece porque temos mais mobilidade.”
Um corpo alongado está mais bem preparado para executar qualquer tipo de movimento e isso vai ser vantajoso para vários tipos de treino. “Se, por exemplo, tiver a parte posterior da perna bem alongada, vai conseguir agachar melhor e, por consequência, isso vai fazer mais efeito nos músculos”. O PT conclui: “Isto significa que, com o mesmo esforço, podemos obter o dobro dos resultados.”
No entanto, isto não basta, realça Kyoko Imamura no livro. “Como qualquer outro método que promova perda de peso, este só resulta quando está em sintonia com uma alimentação saudável e mais movimento, como recomenda a Organização Mundial de Saúde.”
