Mo Farah escolheu a meia maratona Great North Run, em New Castle, para terminar a carreira. Porém, o maratonista britânico — nascido na Somália e vítima de tráfico humano quanto tinha apenas 9 nove anos — não foi o único atleta da prova com uma história de superação para contar.
Alex Dawson tem 35 anos, três tumores inoperáveis no cérebro e também completou a famosa corrida do Reino Unido que aconteceu este domingo, 10 de setembro. Em 2020 sofreu um ataque com convulsões enquanto passeava no shopping Center Parcs, em North Yorkshire, cidade onde vive com a mulher Sarah.
Após ter sido submetido a vários exames, foi diagnosticado com um tumor cerebral. Nesse mesmo ano, o britânico foi submetido a uma cirurgia durante a qual esteve sempre acordado — mas sem sucesso.
“Disseram-me que tinha um astrocitoma anaplásico, um tumor cerebral maligno raro com uma taxa média de sobrevivência de cinco anos”, explicou ao “Telegraph and Argus”. Alex Dawson, fez, então, 12 tratamentos de radioterapia e um ano de quimioterapia.
O quisto permanece inoperável, mas Dawson não se conformou. Decidiu tentar ajudar outras pessoas como ele, ou seja, também diagnosticadas com doenças cerebrais e lançou uma gigantesca campanha de angariação de fundos para a The Brain Tumour Charity.

Em dois anos já angariou mais de 24 mil libras (quase 28 mil euros), através da organização de eventos, ou melhor, de corridas. “Chamei-lhe o desafio 11 4 11”, conta. “O objetivo é correr 11 mil quilómetros para angariar 11mil libras (cerca de 12,9 mil euros) para as 11 mil pessoas a quem é diagnosticado um tumor cerebral todos os anos, correndo cinco quilómetros por dia.”
“Agora, três anos após o diagnóstico, corri a meia maratona para continuar a angariar fundos para esta maravilhosa instituição de caridade”, referiu à BBC, quando terminou os 21 quilómetros da Great North Run.
Neste desafio contou com o apoio da mulher que também o acompanha nos treinos diários. “É mais rápida que eu e faz questão de o frisar constantemente, para me motivar”, explicou Dawson, que viu a forma física afetada pelos tratamentos ao tumor.
“Desde o diagnóstico já engordei 25 quilos, sobretudo na barriga. Por isso, foi difícil começar a correr, mas estou determinado a continuar.”
Segundo a instituição britânica The Brain Tumour Charity, os tumores cerebrais são a principal causa de morte por cancro entre pessoas com menos de 40 anos no Reino Unido. E, ao contrário do que aconteceu com outras doenças oncológicas, as taxas de sobrevivência não melhoraram nos últimos 40 anos.