Cada desporto tem a sua história, uma que se prolonga com debates eternos sobre quem foram os melhores de sempre. Na NBA, toda a gente sabe quem foi Michael Jordan e o nome Lebron James é ainda sinónimo de lenda. Mas entre os dois houve Black Mamba, que reinou durante quase duas décadas.
A 26 de janeiro do ano passado, Kobe Bryant, ainda no início da sua reforma dos courts de basquetebol, seguia a bordo de um helicóptero na Califórnia, com a filha Gianna, de 13 anos, e mais sete pessoas. Ninguém sobreviveu à queda do aparelho. Aos 41 anos, o mundo despedia-se do antigo jogador.
Os Lakers, onde jogou durante 20 anos e pelos quais conquistou cinco títulos da NBA, prestar-lhe-liam tributo ao vencer o título, liderados por Lebron James, que se assumia como herdeiro do legado de Kobe em Los Angeles.
A partir desta segunda-feira, 3 de outubro, Lisboa conta agora com um lugar especial onde se presta tributo ao Black Mamba. Situado na Calçada de Carriche, o antigo campo da Rua André Gouveia, ali à beira concelhos de Lisboa, Loures e Odivelas, é agora o mais novo campo icónico de Lisboa.
Ali ao lado, numa fachada, Kobe Bryant surge em destaque na companhia de Shaquille O’Neal, com quem fez dupla na fase dourada dos Lakers, DerekFisher, Robert Horry e Pau Gasol. A empena é a maior da cidade com uma obra de arte urbana (52 metros de altura).
A obra é assinada por Hélio Bray, num projeto conduzido pela Hoopers e que conta ainda com a colaboração de Lancelot, rapper que cresceu a jogar naquele exato local, e que vai lançar um novo single a assinalar o projeto, intitulado apenas “O campo”.

A Hoopers é uma plataforma de comunidade para jogadores e fãs de basquetebol. Com um radar bem atento, têm procurado reinventar espaços onde o cesto era a estrela mas que o tempo castigara. Fizeram-no no ano passado já em Braga, quando anunciaram o maior campo icónico de rua da Europa, e mais recentemente em Chelas, com os Chicago Bulls em destaque, numa intervenção que contou com a participação do rapper que fez de Chelas o seu quartel-general, Sam The Kid.
Agora o espírito mantém-se para este novo projeto, que volta a juntar os pilares da música, do hip-hop e do basquetebol. “Isto é muito especial, para nós e para a comunidade”, afirma André Costa, cofundador da Hooper, no lançamento do projeto. “Desde o trágico desaparecimento do Kobe que tínhamos esta ideia de homenagear um dos nossos heróis, mas também de celebrar a Mamba Mentality, associada à resiliência, ao trabalho e à irreverência personificadas pela lenda dos Lakers”.
A tal mentalidade Mamba foi cunhada pelo próprio Kobe Bryant (e seria o título do seu livro, lançado em 2018, onde falou sobre a sua carreira e quem procurava ser a cada drible bola de basquetebol. A Black Mamba foi mais do que alcunha, que inspirou até anúncios de marcas desportivas.
Era mesmo o próprio Kobe, com a tal combinação de irreverência mas também um sentido letal em campo, onde ao longo de duas décadas esteve 18 vezes no jogo All-Star da NBA e marcou mais de 33 mil pontos. Na Calçada de Carriche há a partir de agora um novo espaço aberto ao público à espera que os miúdos se aventurem a driblar e a marcar. Ao melhor estilo de Kobe “The Black Mamba” Bryant.
