Quantas vezes procurou alternativas saudáveis nas máquinas de venda automática e encontrou soluções? Deixe-nos adivinhar: nenhuma. Seja nas estações do metro e do comboio, nos hospitais ou nas universidades, o menu é quase sempre o mesmo: batatas fritas, refrigerantes e chocolates cheios de açúcar. A boa notícia é que há uma empresa portuguesa que vai mudar este cenário.
Decore: A Toca. É este o nome da primeira vending machine 100 por cento vegan da Europa. A novidade, que foi apresentada a 21 de março no QSP Summit, na Exponor, vai instalar-se no Porto no próximo mês.
“Temos estudado o veganismo há cerca de um ano e percebemos que existiam muitas carências no mercado”, conta à NiT o CEO, Francisco Freixinho.
O empresário de 52 anos, que estudou Gestão de Empresas no Instituto Superior de Administração e Gestão, no Porto, quis criar um conceito para vegans mas também para quem come de tudo.
“Qualquer pessoa vai notar que está a comer algo que não contém colesterol, que não lhe faz mal e, claro, sem origem animal. Ou seja, alternativas que garantem saúde e bem-estar.”
Nos últimos anos, Francisco organizou vários festivais gastronómicos pelo mundo. Em 2018, lançou a Tuna & Port, uma marca de conservas portuguesas com vinho do Porto. Em dezembro desse ano, a propósito de um festival de Natal, resolveu vender apenas produtos 100 por cento vegan e o resultado foi surpreendente.
“Num espaço de 500 metros quadrados só com alternativas sem origem animal, mas rodeado de chouriços, as nossas vendas eram muito superiores”, recorda.
A Toca começou a ser desenvolvida ainda em dezembro. Cerca de quatro meses depois, já tem um conceito bem definido. A vending machine, que vai estar espalhada por estações de metro e comboio, hospitais e universidades do Porto a partir de abril, terá inicialmente entre 42 e 52 produtos. Na lista estão incluídos o leite vegetal, snacks, pastelaria variada (como croissants) e chocolates. Tudo vegan, claro. O produto mais barato será a água (0,50€).
Algumas máquinas também vão ter disponíveis refeições para o almoço e para o jantar que vão custar, no máximo, 5€. E há mais: haverá esplanadas por perto para poder comer no momento, se assim desejar.
Quanto ao método de compra, é o habitual: escolhe o número daquilo que deseja, insere as moedas e retira o produto. Algumas máquinas vão ter a possibilidade de pagar com cartão.
A marca também terá três espaços físicos: um no Mercado do Bom Sucesso e os restantes na Baixa do Porto, sendo que o primeiro arranca em abril. Nas lojas vai ser possível comprar refeições para todas as alturas do dia, desde o pequeno-almoço ao jantar.
“Os clientes vão poder escolher o sabor do leite e pedir pratos tradicionais em versão vegan, como paella, bacalhau à Brás, favas à alentejana e tripas à moda do Porto. Sem tripas, claro. Há, ainda, regime take away. Ou seja, as pessoas podem comer no local ou levar para casa”, explica à NiT Francisco Freixinho.
Para acompanhar, pode escolher, por exemplo, um dos vinhos disponíveis na carta vegan. Não fica por aqui. No final, há sobremesas de autor para provar — uma delas é da chef Ana Castro. E não tem de se preocupar com nada, já que a empresa disponibiliza os talheres, pratos e tabuleiros.
Resta explicar o nome, A Toca. Tem a ver com o sítio onde Francisco estava quando foi criado o conceito: um espaço físico no Porto com loja superior e uma escada em caracol onde se desce para uma espécie de toca.
A partir de julho, as vending machines 100 por cento vegan devem chegar a Lisboa.