Nas lojas não faltam meias coloridas com padrões irreverentes. O cenário muda quando chegamos ao mundo das meias de compressão — um facto que incomodou Mafalda Oliveira e Aliya Nurdin, duas médicas que usam este tipo de meias diariamente.
“Temos uma profissão que implica estarmos muitas horas em pé e sempre que procurávamos meias de descaso não havia nada giro, era tudo bege e liso. A nível nacional não havia nada e internacionalmente havia pouco e com má qualidade porque apertavam pouco”, conta à NiT a otorrinolaringologista do Hospital Santa Maria que, em conjunto com a amiga, criou a Maly Socks.
Estas meias comprimem as pernas de baixo para cima, de forma a “impedir que o sangue venoso se acumule no fundo das pernas e pés e obrigada a que haja um maior retorno e maior circulação do sangue no geral”. “Isto impede o inchaço, cansaço e varizes”, confirma a profissional, que garante que devem ser utilizadas, no máximo, 12 horas.
O projeto começou há cerca de um ano e as duas amigas começaram por levar algumas amostras para o hospital para poderem ser testadas pelos colegas. E em outubro decidiram lançar oficialmente a marca.
“O nosso grande objetivo é ter meias de compressão divertidas e que possam ser utilizadas por pessoas que não tenham doenças graves do sistema venoso.” Mafalda destaca que estas meias também têm um efeito positivo para quem esteja muito tempo sentado ou em pé, em viagens de avião longas e grávidas.
Os desportistas também são um público alvo do acessório “porque aumenta a circulação de sangue rico em oxigénio para os músculos, o que dá uma melhor performance e previne lesões de ligamentos e tendões”.
Todos os designs são 100 por cento originais e criados pelas próprias, bem como a escolha das cores. A produção é feita em Portugal, numa fábrica na Lousã.
Até ao momento, os padrões mais escolhidos são os cachorros quentes, os abacates e os trovões cor de rosa. As meias podem ser compradas através do site e têm o custo de 19,99€. Por enquanto, não está prevista a sua venda em lojas físicas.
Além do objetivo principal da sua utilização, Mafalda enaltece também que o uso destas peças coloridas e chamativas é uma forma de tornar o dia a dia no seu local de trabalho mais leve. “As pessoas acham muita piada porque as meias fazem um grande contraste com a bata, que é vista como algo mais sério. Tenho um miúdo que me chama doutora das meias.”
Desde o lançamento que a Maly Socks já conseguiu angariar uma boa divulgação. “Em todos os hospitais ou congressos aonde vamos há colegas com as nossas peças calçadas.” Para 2025, o grande plano é chegar ao mercado espanhol e, atualmente, já têm planeados mais dois lançamentos que devem chegar no final de janeiro: um com leopardos e outro com losangos.
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