A obesidade é considerada a epidemia do século. É responsável por várias doenças e, agora, os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto descobriram que pode acelera a progressão da esclerose múltipla. O estudo com esta conclusão foi publicado na revista científica “Multiple Sclerosis and Related Disorders”.
“Esta investigação reforça a necessidade de monitorizar outras doenças em pessoas com esclerose múltipla. A monitorização e o controlo do perfil lipídico (colesterol) podem contribuir para melhorar o prognóstico”, lê-se nas conclusões do estudo partilhado com a agência Lusa, aqui citado pela SIC Notícias, na véspera do Dia Mundial da Esclerose Múltipla que se assinada terça-feira, 30 de maio.
Para chegarem a estas conclusões os investigadores analisaram indicadores de síndrome metabólica, como a circunferência da cintura e o colesterol, medidos recorrendo a análises clínicas, ressonância magnética e avaliação neuropsicológica. Depois compararam os valores registados com o desenvolvimento da esclerose múltipla em cerca de meia centena de doentes, com idades entre os 19 e os 61 anos.
“Este estudo corrobora a hipótese de que a síndrome metabólica, especialmente a obesidade abdominal, pode ser um fator importante no curso da esclerose múltipla, associando-se a mais incapacidade e compromisso da função cognitiva”, considera a investigadora Joana Guimarães, que é também responsável da consulta de esclerose múltipla do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.
Nesta amostra, 33,3 por cento dos doentes estudados tinham valores de circunferência da cintura acima do normal e 29,4 por cento tinham alguma função cognitiva comprometida.