Saúde

Afinal, a cerveja faz bem aos intestinos e não engorda — uma descoberta nacional

Estudo realizado por investigadores portugueses conclui ainda que ajuda a prevenir doenças crónicas muito comuns, como a diabetes.
O que todos queriam ouvir.

Boas notícias para todos aqueles que não dispensam uma imperial: beber cerveja faz bem aos intestinos e não engorda. É o que concluem os investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS). E se os benefícios esta bebida tão consumida pelos portugueses não se ficam por aqui. Também pode prevenir doenças cardiovasculares, a obesidade ou a diabetes.

Em comunicado, o CINTESIS revelou esta segunda-feira, 4 de julho, que o estudo, publicado no “Journal of Agricultural and Food Chemistry” e que também envolveu investigadores da NOVA Medical School — Faculdade de Ciências Médicas, concluiu que o consumo de cerveja exerce uma influência positiva nas bactérias intestinais.

“O consumo de cerveja contribui para a melhoria da composição da microbiota intestinal, fator que tem sido associado à prevenção de doenças crónicas muito comuns, tais como a obesidade, a diabetes e as doenças cardiovasculares”, salientam.

No decorrer da investigação, a equipa liderada pelas investigadoras Ana Faria e Conceição Calhau recrutou homens saudáveis, entre os 23 e 58 anos, para participarem num ensaio, ao longo de quatro semanas, que consistia em beber diariamente 330 mililitros de cerveja, com ou sem álcool.

Os resultados provaram que o consumo de cerveja, bebida que resulta da fermentação de cereais, “aumenta a diversidade da microbiota intestinal, sem aumentar o peso e a massa gorda”.

E simultâneo, os investigadores concluíram que a ingestão desta bebida “não interfere significativamente em biomarcadores cardiometabólicos” como a glicose, o colesterol e os triglicéridos.

“Curiosamente, a fosfatase alcalina, um importante biomarcador de danos no fígado, rins e ossos, diminuiu no decurso do ensaio”, destaca o centro de investigação portuense, acrescentando que o benefício da cerveja na saúde intestinal “provou ser independente do teor alcoólico”, ou seja, ocorre quer a cerveja tenha álcool ou não.

Os investigadores acreditam que o efeito benéfico da cerveja poderá estar ligado aos polifenóis presentes na bebida, à semelhança do que acontece com o vinho tinto. E sublinham que o estudo “vem demonstrar que este tipo de bebidas ricas em polifenóis, no caso a cerveja, podem fazer parte de uma abordagem interessante para aumentar a diversidade da microbiota intestinal”. 

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