Foi através do Consumer Council de Hong Kong que chegou, esta segunda-feira, 17 de janeiro, o alerta. De acordo com a entidade reguladora, terão sido encontradas substâncias cancerígenas em 47 dos 49 produtos de café no mercado. A composto em questão é a acrilamida cancerígena genotóxica, que foi descoberta em maior quantidade no Taster’s Choice Original Soluble, da Nestlé, com 790 microgramas por quilograma. Um número que, apesar de tudo, fica abaixo dos padrões estabelecidos pela União Europeia.
Foram recolhidas um total de 49 amostras, entre maio e junho de 2021, de diferentes tipos de cafés, incluindo 10 em grão, 9 em cápsulas, 16 em pó e 14 solúveis. Deste grupo, era o café instantâneo que continha uma maior percentagem do composto. E de todas as recolhas feitas, apenas duas estavam livres desta substância genotóxica e neurotóxica poluente — o The Coffee Academics e o OPAL Coffee.
Outra descoberta revelou que 45 amostras continham Folpet — um pesticida usado em frutas e vegetais — em níveis que variavam entre os 0,06 e os 0,78 mg. Destes, 38 excediam o nível máximo de resíduos de pesticidas permitido pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar — 0,1 mg por quilograma.
O chumbo também esteve presente. De acordo com a análise, 10 das amostras continham esta substância em quantidades que variavam entre os 0,008mg e os 0,039mg por quilograma. Ao mesmo tempo, foi detetada a presença de estanho em cinco dos produtos, com quantidades que variavam entre os 0,039mg e os 0,404 mg por quilo.
Por fim, as autoridades perceberam que os teores de cafeína permitidos eram ultrapassados em cafés instantâneos. Os níveis mais altos estavam nas 4,316mg, sendo que a grande maioria continha valores a rondar os 1,117 e os 2,380mg. Era no café da Segafredo que a cafeína se encontrava em maior concentração.