A partir de outubro, os bebés vão ser vacinados contra o vírus sincicial respiratório (VSR), sem qualquer custo. A primeira campanha prevê abranger cerca de 62 mil crianças até março do próximo ano, segundo anunciou esta segunda-feira, 12 de agosto, o Governo.
A vacina vai ser administrada logo ao nascimento, quer seja em maternidades públicas, privadas ou do setor social. A imunização decorre de 1 de outubro, deste ano, até 31 de março. Aqueles que nasçam antes da primeira data, podem recebê-la nas instituições do Serviço Nacional de Saúde.
As crianças com fatores de risco, também podem levar a vacina, desde que “ainda não tenham completado 24 meses até ao dia 30 de setembro de 2024”.
O investimento de aproximadamente 13,6 milhões de euros, pretende reduzir a “epidemiologia da infeção em Portugal, o risco acrescido de desenvolvimento de doença grave e hospitalização e a segurança do medicamento”.
O VSR é a causa mais comum das infeções nas vias respiratórias (como as bronquiolites), até aos cinco anos e um dos motivos que leva ao aumento de internamentos durante as estações mais frias. Os sintomas começam normalmente com secreções nasais, o chamado pingo do nariz, a tosse, a dificuldade a respirar e/ou uma respiração tipo assobio. “A febre pode, ou não, aparecer”, disse à NiT o pediatra Paulo Venâncio.
Como proteger os miúdos
Embora atinja sobretudo crianças saudáveis e bebés de termo, “os prematuros e os recém-nascidos com outras patologias associadas são os que correm maior risco de serem gravemente afetados pelo vírus”, refere o especialista em pediatria.
Reconhecendo estes indícios em bebés abaixo dos três meses, os cuidadores devem ir fazendo a lavagem nasal com soro ou água do mar, aspiração de secreções e vigiar os sinais de alarme referentes à dificuldade respiratória e ao aparecimento de febre. “Caso o bebé aparente ter algum destes sintomas mais graves, é motivo para ser visto por um médico”, destaca Paulo Venâncio.
Acima desta idade, em casos de febres superiores a 38 graus, os miúdos devem ser medicadas e mantidas em casa, com os devidos cuidados. “Só devem visitar um médico quando os pais não conseguem controlar a febre com medicação, ou a mesma já dura há mais de três dias”, aconselha o médico.
Caso o esforço respiratório impeça o sono, ou a tosse seja tão agressiva, que deixe os mais novos com vómitos e não seja possível alimentá-los, deve igualmente procurar ajuda especializada. Em caso de dúvida, o especialista recomenda aos pais e cuidadores que se aconselhem primeiro junto do SNS 24, o pediatra ou o médico de família. “Se considerarem necessário, os profissionais farão o encaminhamento para as urgências”, refere.