O cancro da mama é a doença oncológica mais frequente entre as mulheres portuguesas e uma das principais causas de morte. É uma patologia muito complexa, com vários subtipos, uns mais agressivos que outros. É o caso das metástases, uma patologia que se espalha para o cérebro e para o qual é difícil encontrar fármacos.
As boas notícias é que têm sido feito esforços para alterar este cenário. Um novo medicamento, que “pode reduzir significativamente o risco de morte”, foi aprovado para comparticipação pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento), esta sexta-feira, 17 de novembro.
A empresa de biotecnologia Seagen, com foco no desenvolvimento de terapias inovadora contra o cancro, combinou o tucatinib com outros fármacos, como capecitabina e trastuzumab. É um tratamento que “prolonga significativamente a sobrevivência” das vítimas, “mesmo quando estão presentes metástases cerebrais”, avançou a Lusa, citada pelo “Observador”.
Trata-se de um inibidor de pequenas moléculas, comercializado sob a marca Tukysa e usado em casos de cancro da mama do tipo HER2 positivo. E, de acordo com novos estudos, aumenta a média global de vida dos doentes em cerca de dois anos. Mais precisamente, 25 meses de sobrevivência.
A compartição concedida pelo Infarmed destina-se ao tratamento de adultos que, tendo a patologia localmente avançada ou metastática, tenham recebido, no nímimo, dois regimes anteriores de tratamento anti-HER2.
Em Portugal, são diagnosticados sete mil novos casos de cancro da mama por ano. Destes dados, entre 7 a 10 por centos representam metástases cerebrais. Dentro desta categoria, o tipo HER-2 positivo representa entre 15 a 20 por cento das vítimas.
“Esta aprovação é um novo aliado muito importante para médicos e doentes, dando resposta a uma necessidade clínica importante de pacientes com cancro da mama avançado HER2+”, destaca a médica oncologista Fátima Cardoso, diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud, à mesma publicação.
E conclui: “É particularmente importante para os doentes com metástases cerebrais, tanto ativas, como previamente tratadas ou não tratadas com terapias locais”, assegurando “o controlo da doença por um período mais longo”.