Saúde

Há uma forma fácil e simples de saber se sofre de enxaquecas

A tendência é dar pouca importância a estes sintomas comuns, mas que podem ser incapacitantes e dolorosos.
Há muitas pessoas que sofre da doença.

As dores de cabeça crónicas e enxaquecas afetam milhares de homens e mulheres portuguesas. A tendência, ainda assim, tem sido dar pouca importância a estes sintomas muito comuns, mas existe um consenso generalizado de que podem ser realmente incapacitantes e dolorosos. A boa notícia é que vai passar a ser mais fácil diagnosticar e consequentemente tratar com um exame não invasivo de imagem.

Normalmente são dores fortes — sentidas num dos lados da cabeça — que podem ser agravadas pela luz e o pelo barulho, e chegam mesmo a causar náuseas e até vómitos, em casos extremos. A dor pode durar apenas umas horas ou, em alguns casos, vários dias.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as enxaquecas surgem como uma das causas mais comuns de incapacidade entre os 15 e 49 anos: durante uma crise, 90 por cento das pessoas são obrigadas a adiar as suas tarefas domésticas, três quartos ficam incapacitadas de trabalhar durante um determinado período de tempo, e metade perde um dia completo de trabalho.

Além de ser incapacitante, o diagnóstico preciso da enxaqueca, especialmente a crónica, é difícil, pois os pacientes podem sofrer uma dor de cabeça não específica que leva a erros de diagnóstico. Isto levou a que uma equipa de neurologistas do Departamento de Neurociências do Hospital Germans Trias, em Barcelona, procurasse encontrar biomarcadores da enxaqueca. Desta forma, conseguiriam ajudar a melhorar o conhecimento da doença, estabelecer o diagnóstico e prever a sua progressão e resposta à terapia.

Depois de dois anos a estudar uma centena de pessoas, em que mais de metade sofria de enxaqueca crónica, os especialistas em neurologia concluíram que um exame Doppler transcraniano, uma técnica não invasiva, inócua e de fácil execução, poderia resolver o problema. A equipa começou a aplicar esta metodologia e notou, pela primeira vez, a presença de alterações estruturais na substância cinzenta periaquedutal em pacientes com enxaqueca crónica.

As conclusões foram publicadas na revista “The Journal of Headache and Pain”, no passado dia 17 de abril, e partilhadas no final de maio com a comunicação social.

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