O cancro da mama é a doença oncológica mais frequente entre as mulheres portuguesas e uma das principais causas de morte. É uma patologia muito complexa, com vários subtipos, uns mais agressivos que outros. É o caso cancro de mama triplo-negativo. As boas notícias é que o medicamento Pembrolizumab, desenvolvido para ajudar no tratamento da patologia, vai ser reavaliado pelo Infarmed.
Este tipo da doença afeta 13 em cada 100 mil mulheres em todo o mundo anualmente e é responsável por 15 por cento dos cancros mamários invasivos. Triplamente negativo significa que nenhuma das moléculas para as quais existe tratamento está presente nestas células tumorais. Apesar de ser considerado um tipo raro de cancro da mama, o nível de agressividade e a metástase rápida são preocupantes porque as opções terapêuticas não funcionam e uma grande maioria das pacientes não sobrevive ao agravamento da doença.
A autoridade de saúde avançou esta terça-feira, 6 de junho, que o pedido de Programa de Acesso Precoce (PAP) para o fármaco recebeu um primeiro parecer negativo, no dia 3 de maio de 2022, da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde do Infarmed. Mas, “à luz dos novos dados, decorrentes de igual forma do relatório de avaliação farmacoterapêutica do medicamento nesta indicação encontra-se agora em reanálise”.
O medicamento foi autorizado pela Autoridade Nacional do Medicamento para o tratamento exclusivo de 50 doentes com cancro da mama do triplo negativo. Porém, o Infarmed esclarece que este Programa de Acesso Precoce “não se esgota nestes 50 tratamentos” uma vez que os pedidos posteriores serão custeados pelo SNS.
O organismo aponta ainda que os medicamentos devem demonstrar benefícios terapêuticos e económicos face ao praticado no País, para poderem ser financiados pelo SNS e utilizados por todos os que precisem.