Saúde

Cancro de pele está a aumentar — e “os protetores solares nem sempre funcionam”

É uma das conclusões de um estudo publicado pela Universidade de São Paulo que alerta para os perigos da exposição solar.
Tenha muito cuidado.

Os casos de cancro de pele estão a aumentar de forma assustadora e nem o uso de protetor solar parece ajudar a travar a doença. Esta preocupante conclusão é avançada por uma pesquisa feita por investigadores da Universidade de São Paulo (no Brasil) focada na ação dos fotossensibilizadores (moléculas criadas pelo corpo humano ao ser exposto à luz solar) na pele.

Estas moléculas, transformam a energia que obtém da luz solar em reatividade química, provocando transformações tanto benéficas como prejudiciais. Uma delas está relacionada com o efeito dos raios UV. “Os raios ultravioleta A (UVA) e a luz visível atingem a camada celular basal e a derme e são absorvidos por fotossensibilizadores endógenos”, explicam os investigadores. “Na presença de oxigénio molecular, absorvem a radiação e geram compostos oxidantes que podem levar à apoptose [morte] das células e podem levar ao aparecimento de tumores”, acrescentam.

Os resultados foram publicados no passado dia 17 de julho, na revista “Chemical Reviews” e soaram os alarmes. “O uso de protetor solar evita a reação de queimadura solar, mas não as consequências de estar exposto, em demasia, à radiação UVA e à luz visível”, dizem os investigadores. Além disso, o protetor bloqueia os efeitos benéficos da exposição aos raios UVB. “Esses fotoprodutos também geram mutações que, dependendo das proteínas afetadas, aumentam o risco do desenvolvimento de cancro de pele”, referem.

Segundo a investigação, o FPS (fator de proteção solar) não é um parâmetro preciso, “pois a medição é realizada em voluntários de pele clara e utiliza apenas fontes de irradiação UVB”. Por consequência, este espectro considera apenas a proteção contra as respostas agudas da pele, ignorando todas as outras consequências positivas e negativas da exposição ao sol.

Infelizmente, a crença de que o FPS define e quantifica adequadamente a eficácia da proteção solar não passa de outro equívoco, que ainda ilude os profissionais de saúde e o público em geral”, referem os autores do estudo.

A melhor forma de prevenir é moderar a exposição solar. É importante reforçar que se deve evitar apanhar sol nas horas mais perigosas (11 às 16 horas). E, nos primeiros dias de praia e piscina, se não fez uma exposição gradual nos meses anteriores para preparar a reação do organismo à radiação UV, deve ter cuidados redobrados. Opte por manter a T-shirt, use chapéu e prefira a sombra.

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