O caos chegou às urgências dos hospitais portugueses. No último fim de semana, as salas de espera encheram-se de pacientes à procura de tratamento e o período de espera foi muito superior ao razoável. Na manhã desta segunda-feira, 5 de dezembro, a situação manteve-se dramática. No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por exemplo, os doentes tiveram de aguardar mais de 12 horas para serem vistos por um médico.
De acordo com o “Jornal de Notícias”, às 10h30 desta segunda-feira, “o tempo médio de espera para doentes urgentes, triados com a pulseira amarela, no Hospital de Santa Maria era de 11h38 horas”. No caso dos doentes a quem foi atribuída a pulseira verde, o que significa que são pouco urgentes, o tempo médio de espera era de quase 12 horas.
Já o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, estava com uma espera média de três horas para os doentes com pulseira laranja, que deveriam ser observados pelo médico em 10 minutos. Os pacientes a quem foi dada pulseira amarela, esperaram em média mais de duas horas para serem atendidos.
Perante esta situação, Manuel Pizarro negou categoricamente que o País esteja a enfrentar um cenário de caos nas urgências nacionais, garantindo que todos os doentes estão a ser atendidos, ainda que não com a “prontidão que seria desejada”. As afirmações foram dadas aos jornalistas na manhã de segunda-feira, 5 de dezembro, durante o momento da inoculação do representante do governo com a a dose de reforço contra a Covid-19
“Não acho que haja um cenário de caos, acho que há um cenário de dificuldades, mas as pessoas estão todas a ser atendidas”, afirmou o ministro da Saúde, que apelou à compreensão dos utentes e dos seus familiares. “Porque estamos a ser capazes de dar resposta a todas as pessoas e os serviços estão a funcionar em pleno”.
No fim de semana, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que integra o Santa Maria, emitiu um comunicado para explicar os longos tempos de espera na urgência central. O aumento resultou de “uma maior procura por parte dos utentes da área de referência do CHULN”, mas também da necessidade de apoiar outras unidades da região, que ativaram o desvio de doentes por parte do Centro de Orientação de Doentes Urgentes, designadamente o Hospital Beatriz Ângelo.