Os casos de tuberculose em Portugal continuam a descer. Entre 2017 e 2021, o número de infetados desceu 5,1 por cento por ano. Os dados são do Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal de 2022, publicado na terça-feira, 21 de março, pelo Programa Nacional para a Tuberculose da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Porto e de Lisboa mantêm-se como as regiões com maior incidência da doença, embora com taxas de notificação decrescentes e próximas dos 20 casos por 100 mil habitantes. Em relação aos grupos mais afetados, os homens continuam na dianteira— 66,4 por cento dos 1.513 casos notificados em 2021 foram de indivíduos do sexo masculino, em idade adulta. Os miúdos e adolescentes representam 2,8 por cento dos casos.
Os imigrantes mantém-se como a população mais vulnerável, com uma taxa de notificação 3,8 vezes superior à média nacional (55,8 casos por 100 mil habitantes em 2021), embora se tenha verificado uma redução em comparação com 2020.
A identificação dos mais vulneráveis, nomeadamente dos que têm risco acrescido de exposição à doença ou que possam ter dificuldade no acesso aos cuidados de saúde, constitui uma prioridade de intervenção. Isto permitirá acelerar a redução da incidência da tuberculose e apostar no tratamento preventivo, evitando novos casos.
A redução do tempo até ao diagnóstico é outra das prioridades definidas pela DGS. A demora em dias foi, em dois terços dos casos, associada à procura tardia de cuidados de saúde, apresentando o seu valor máximo nas pessoas em situação de sem-abrigo. Estes dados vêm reforçar a necessidade de facilitar o acesso dos mais vulneráveis aos cuidados de saúde e a importância do apoio das estruturas sociais e comunitárias.
A aposta na investigação e tecnologia inovadora, nos fármacos e na produção de uma nova vacina, são outros dos pontos do plano estratégico mundial de luta contra a tuberculose até 2030.