Saúde

Cesariana aterradora. Médicos deixaram ferramenta cirúrgica no abdómen da paciente

Um ano e meio após o parto, a jovem continuava com dores atrozes. Voltou ao hospital e só então o objeto foi encontrado.
Assustador.

Em 2020, uma mulher grávida, com cerca de 20 anos, dirigiu-se ao hospital de Auckland, na Nova Zelândia, para dar à luz. Aquele que seria um dos momentos mais especiais da sua vida, acabou por culminar em dores crónicas e agonizantes.

O parto acabou por acontecer por cesariana, mas no final a mãe e o filho estavam estáveis e tiveram alta. Um ano e meio depois, a jovem voltou ao mesmo hospital, mas desta vez com queixas de dores crónicas na zona da barriga. Depois de vários exames, os médicos descobriram que uma ferramenta, tinha ficado esquecida na altura da cesariana, dentro da barriga da australiana.

O objeto em questão tinha cerca de 17 centímetros de diâmetro, revelou a plataforma “New Zealand’s Health and Disability Commissioner”. Embora o caso tenha decorrido em 2020, em Auckland, apenas foi revelado nesta terça-feira, 5 de setembro.

Ao longo de 18 meses, a mulher, que não foi identificada, sentiu dores excruciantes e fez várias análises para tentar descobrir o que estava errado. No entanto, os raios X a que se submetera não detetaram nada de estranho.

Apenas soube o que tinha de errado quando foi às urgências do hospital. Nessa altura, já em 2021, os médicos conseguiram, finalmente, remover o objeto estranho, do abdómen, que os médicos identificaram como um retrator Alexis, que serve para os cirurgiões terem acesso às cavidades, de forma não traumática, proporcionando máxima exposição com uma incisão mínima. A ferramenta é, normalmente, retirada após a incisão uterina ser fechada  e antes de a pele ser suturada.

“Como foi dito no meu relatório, os cuidados nesta situação foram muito abaixo dos recomendados, o que resultou em longos períodos de dores para esta mulher”, disse Morag McDowell, diretora do departamento de Saúde e Deficiências da Nova Zelândia, aqui citada pela “CNN International”. “Devia haver sistemas que impedissem que isto acontecesse”, acrescenta.

Antes do início da cesariana, os cirurgiões contaram o número de ferramentas que estavam no bloco operatório. No entanto, não contaram aquela em específico, porque era algo que não ia ser inserido no interior do corpo da paciente, mas sim apenas na parte exterior. No entanto, o caso não é novo. Em 2018, no mesmo hospital, esqueceram-se de um cotonete dentro de um paciente.

McDowell pede agora que o hospital de Auckland envie uma carta à mulher a pedir desculpa e que comecem a incluir aquele objetos nas contagens antes das cesarianas, para que tal não se volte a repetir. “Gostávamos de dizer ao público que acidentes assim são extremamente raros, e continuamos confiantes na qualidade no nosso trabalho”, diz um representante daquela unidade hospitalar.

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