Já aconteceu a todos. A meio da noite, estamos de pé, em frente ao frigorífico, a ver o que sobrou dos últimos dias e a desejar comer as opções mais calóricas — quando sabemos que o que deveríamos estar a fazer era dormir.
É bastante comum que algumas pessoas sintam mais fome à noite e comam demasiado nessa altura. Há até quem acorde de madrugada e saia da cama em busca de algo apetitoso. E estas atitudes, que parecem inofensivas, podem contribuir para o aumento do peso e, em alguns casos, comprometem mesmo a saúde.
O dia após uma noite mal (ou nada) dormida é pior do que a frustração de não conseguir dormir de todo. Sente-se falta de energia, um cansaço constante, níveis de concentração reduzidos e uma enorme vontade de estar sempre a petiscar. E pior: a comer coisas que não devia.
“Dormir mal interfere com a nossa relação com a alimentação, com o tipo de alimentos que escolhemos e com o próprio apetite.” E este apetite é muito específico: queremos alimentos de rápida absorção, com um índice glicémico alto porque são estes que nos vão dar um boost de energia. “Isto pode estar associado a uma maior ingestão calórica, o que poderá dar origem a obesidade.”
Por saber disso, Hugo Barbosa, fundador da marca portuguesa SilvRedux, decidiu lançar, a 3 de dezembro, um novo suplemento alimentar: as gomas do sono. Têm a textura habitual deste tipo de doces, um sabor a mirtilo, são 100 por cento naturais — sem açúcar ou glúten — , mas são muito mais do que uma simples guloseima.
Como o nome indica, este produto foi formulado para ajudar a reduzir o tempo que se leva para adormecer e promover um descanso repousante, tanto no início do sono como durante o decorrer deste. E não fica por aqui. “Reduz também a ansiedade ao longo do dia e a compulsão alimentar. Ao promover ainda a saciedade, ajuda a controlar o peso e a reduzir o apetite, o que resulta numa consequente perda de peso”, explica Hugo à NiT.
Depois de concluir o curso de medicina integrativa (homeopatia, acupuntura e naturopatia), o jovem de 30 anos começou a perceber o poder da fitoterapia e das plantas adaptogénicas no nosso organismo. A partir daí, passou, então, a investigar e a estudar e compreendeu que o uso das mesmas pode reduzir o recurso a fármacos convencionais.
Recorrendo às plantas pensou em desenvolver suplementos alimentares que promovam um estilo de vida saudável. Porém, mais do que a parte estética, “surgem para ajudar a prevenir doenças e condições mais graves”, explica. As gomas vieram juntar-se ao chá lançado em abril.
O objetivo da SilvRedux, garante-nos, é produzir suplementos alimentares com benefícios terapêuticos. As fórmulas são pensadas por Hugo Silvestre Barbosa em conjunto com a farmacêutica Ana Conceição.
“Senti a necessidade de complementar o chá do emagrecimento com algo que pudesse captar e despertar a atenção do consumidor para a necessidade de uma boa qualidade de sono. Pensei em produzir as gomas do sono por ser um doce e poder ser consumido à noite, período no qual as pessoas estão mais relaxadas e têm tendência para comer mais doces”, conta.
Não são apenas uma gulodice, incluem substâncias que contribuem para uma boa rotina de sono, como a melatonina e vitamina B6 (Piridoxina). “A melatonina é uma hormona produzida pelo nosso corpo, cuja libertação começa ao final do dia, ocorrendo ao longo da noite, e que tem funções de sincronização do ritmo sono-vigília. A exposição à luz, particularmente à de cor azul, inibe a sua libertação e pode gerar consequências no sono. Além da produção normal do organismo, é possível obter esta hormona na forma de suplementos de venda livre ou medicamentos com prescrição médica”, explica à NiT Vânia Caldeira, médica pneumologista e especialista em Medicina do Sono pela European Sleep Research Society.
As gomas são vendidas numa embalagem de 50 doses, por 24,50€. Por enquanto, pode fazer as encomendas através da página do Instagram ou no site. Mas, atenção. Ainda que todas as pessoas possam tomá-las — “mesmo miúdos com idade igual e superior a 12 anos” — se tem alguma patologia, está grávida ou a amamentar, deverá aconselhar-se junto do seu médico antes de o fazer.
“Existem particularidades muito importantes da melatonina que devem ser ajustadas para o sucesso do tratamento — a dose administrada, a tipologia de libertação (existe melatonina de rápida ação e de ação prolongada) e também o horário da toma. Além disso, a melatonina tem indicações específicas e não está indicada na maioria dos casos de insónia, mas apenas quando as queixas surgem associadas a distúrbios do ritmo circadiano”, explica a especialista em Medicina do Sono.
Neste caso, o novo produto da SilvRedux — produzido em Espanha, mas registado e autorizado para venda e consumo humano na Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, entidade competente para regulação dos suplementos alimentares em Portugal — deve ser consumido numa única toma diária, e apenas ao deitar. Ainda assim, Vânia Caldeira garante que praticar uma boa higiene do sono é o melhor dos suplementos.
“Manter horários regulares de sono que permitam ao adulto dormir sete a nove horas por noite, praticar uma dieta saudável e exercício físico de manhã, evitar os dispositivos eletrónicos ao final do dia (que inibem a produção da melatonina) e manter um ambiente calmo e propício ao sono são medidas tão importantes como escovar os dentes”, diz.
É ainda fundamental, segundo a médica, que quem tem problemas de sono, isto é, dificuldade em adormecer ou manter o sono sem medicação; ressona ou pára de respirar durante a noite; acorda cansado ou sonolento com dificuldades de concentração e atenção durante o dia, procure ajuda especializada numa consulta de medicina do sono.
