Os cientistas não têm parado de testar métodos que possam travar a pandemia de Covid-19, que já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. O estudo mais recente, feito pelo Monash Biomedicine Discovery Institute e pelo Peter Doherty Institute of Infection and Immunity, na Austrália, e publicado a 3 de abril, revela que pode ter sido descoberto um fármaco que atua rapidamente.
É um medicamento antiparasitário, chamado Ivermectin, que teve efeitos positivos para acabar com a doença nos testes laboratoriais em apenas 48 horas, em ensaios com culturas de células que o grupo de investigadores realizou.
“Descobrimos que, mesmo uma dose única, poderia remover, essencialmente, todo o RNA viral no espaço de 48 horas, e que, mesmo num período de 24 horas, é possível haver uma redução verdadeiramente significativa”, disse Kylie Wagstaff, uma das responsáveis, ao jornal australiano “The Canberrra Times”.
Embora ainda seja necessário perceber qual a dosagem correta de Ivermectin a usar em humanos para curar por completo a infeção, é uma esperança que não querem desperdiçar.
“Num período em que temos uma pandemia global e em que não há qualquer tratamento aprovado, se tivéssemos um composto que estivesse já disponível em todo o mundo, isso poderia ajudar as pessoas mais cedo”, revelou.
Leon Caly, do Royal Melbourne Hospital, cientista médico sénior do Laboratório de Referência de Doenças Infecciosas Vitorianas (VIDRL) do Doherty Institute, onde foram realizadas as experiências com coronavírus vivo, é o primeiro autor do estudo, e garante que pode mesmo ser a solução.
“Como o virologista que fez parte da equipa que foi a primeiro a isolar e partilhar o SARS-COV2 fora da China em janeiro de 2020, estou entusiasmado com a perspetiva de o Ivermectin ser usado como uma droga potencial contra a Covid-19″, disse.
Porém, os investigadores não deixam de avisar que demorará algum tempo para que uma vacina esteja disponível. Sabe-se que este medicamento já foi usado com sucesso no tratamento de outros tipos de vírus, como dengue, HIV e gripe.