Caso tenha começado recentemente a jogar padel para exercitar o corpo e a mente, mas as dores musculares têm sido uma constante, principalmente ao nível dos ombros, saiba que não sofre sozinho. Por ser um dos desportos mais populares do momento, são cada vez mais os praticantes rendidos a esta modalidade não só pela facilidade de aprendizagem face ao ténis, como pelas regras simples e pelo convívio que proporciona, já que implica a prática em duplas. Mas são cada vez mais os jogadores que procuram ajuda médica fora de campo.
Tal como acontece com outros desportos, o risco de lesões também está presente, em especial para quem despertou para o padel já depois dos 40 anos. “Existem muitas patologias associadas a esta modalidade, cujas regras são fáceis de aprender. No entanto, não raras as vezes, os jogadores ficam muito entusiasmados no início, mas depois não têm a melhor condição física, ou têm pouco fortalecimento muscular, o que facilita o aparecimento de lesões”, explica Bárbara Campos, ortopedista especialista em ombro no Hospital CUF Tejo.
Além dos traumatismos provocados pelos impactos contra os vidros do campo, podem surgir tendinites no ombro, um problema que afeta os tendões da articulação, provocando inflamação que se traduz “em dor e consequente restrição de movimentos”, explica a especialista. “Muitas vezes, os praticantes iniciam a prática de padel por conta própria e sem o acompanhamento e técnicas de um professor, o que não acontece com outros desportos iniciados na infância, em que existe um maior acompanhamento por especialistas”, lembra.
Apesar da tendinite no ombro poder ser causada por vários fatores, atividades que envolvam movimentos repetitivos, lesões agudas, envelhecimento e fraqueza muscular, bem como má postura ou até falta de exercícios de aquecimento e alongamento antes do treino podem contribuir para o seu desenvolvimento.
Sinais de alerta
“O aparecimento de dor localizada na região do ombro, que pode irradiar para o braço e pescoço, provocar sensibilidade ao toque, dificuldade em levantar objetos pesados e restrição de movimento, que não devem ser negligenciados”, nota Bárbara Campos, que aconselha a consulta com um especialista em caso de “dor ou sensação de instabilidade na articulação”.
Por norma, as dores pioram “durante o treino ou ao levantar o braço acima da cabeça, sendo que muitas vezes surge durante a noite”.
O gelo ajuda?
A aplicação de calor ou frio pode ser benéfica no alívio dos sintomas. Enquanto o gelo é recomendado “nas fases agudas da inflamação, pois ajuda a reduzir o inchaço e a dor”, já o calor pode ser utilizado “na recuperação para aumentar o fluxo sanguíneo”, explica a especialista.
O gelo “deve ser aplicado na área afetada por 15 a 20 minutos, várias vezes ao dia”, enquanto as compressas quentes podem ser usadas para relaxamento muscular.
Como prevenir os primeiros sintomas
Bárbara Campos lembra que “a prevenção desempenha um papel crucial na saúde dos ombros. Além da prática regular de alongamentos e exercícios de fortalecimento dos músculos, pois ajudam a manter a flexibilidade, é importante adotar uma postura adequada durante as atividades diárias, como ajustar a altura da cadeira e do monitor, para manter o alinhamento adequado do corpo”.
Além disso, é importante evitar “movimentos repetitivos durante as atividades físicas que exijam esforço do ombro e fazer um aquecimento adequado antes da prática de exercício físico intenso, para preparar os músculos e tendões”.
Como tratar?
Apesar do tratamento ser decidido caso a caso, com base num exame clínico e exames complementares de diagnóstico, “por norma, envolve um período de reabilitação com fisioterapeuta, que irá desenvolver um programa de exercícios para fortalecer os músculos do ombro, melhorar a flexibilidade e restaurar a amplitude de movimento”, explica Bárbara Campos.
“Pode incluir repouso, imobilização temporária com uma tala, modificação de atividades para evitar movimentos que agravem a dor ou a toma de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para alívio da dor e redução da inflamação”.
“Excecionalmente, podem ser necessários outro tipo de procedimentos, nomeadamente intervenções cirúrgicas para os casos em que há lesão grave nos tendões, para restaurar a função normal do ombro”, acrescenta.
Quando é necessária cirurgia?
Depende da gravidade dos sintomas, da resposta ao tratamento e do impacto na qualidade de vida. “Se, após o tratamento conservador, os sintomas persistirem ou piorarem, a cirurgia pode ser recomendada, tal como em caso de lesão grave nos tendões do ombro”, revela a ortopedista.
“Se a tendinite do ombro causar restrições severas na realização de atividades do dia a dia, como levantar objetos, vestir-se ou dormir, a intervenção cirúrgica pode ser uma opção para melhorar a qualidade de vida.”
Em alguns casos, esta inflamação da articulação do do ombro pode tornar-se crónica e recorrente, com episódios repetidos de inflamação e dor. Se isso ocorrer e a qualidade de vida for afetada, “a cirurgia pode ser considerada como uma medida para resolver o problema de forma mais permanente”.
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