A linhagem BA.5 da variante Ómicron tornou-se dominante em Portugal durante o mês de maio, após ter sido detetada no início de abril. Se, nessa fase, representava 50 por cento dos novos casos no País, neste momento é responsável por 97 por cento das infeções em Portugal, revela o mais recente relatório do Instituto Ricardo Jorge.
“Trata-se de uma linhagem mais transmissível e com algumas mutações que são associadas a uma maior capacidade do vírus para infetar e fugir ao sistema imunitário”, explicou à Lusa o investigador João Paulo Gomes, aquando dos primeiros registos. Uma vez que ultrapassa os anticorpos das vacinas, revela facilidade de expansão e pode levar à reinfeção.
A variante Ómicron da Covid-19 engloba várias linhagens. Enquanto a transmissão da BA.4 se tem mantido estável nas últimas semanas, a BA.5 é a que a causa uma maior preocupação. Quanto à BA.2, a tendência continua a ser decrescente.
Apesar do maior risco de transmissão e reinfeção, ainda não há provas ou estudos de que a linhagem BA.5 apresente uma maior gravidade ou contribua para uma maior mortalidade. “Não parece estar associada a um fenótipo de doença mais severo. Pensamos que será praticamente inevitável que [a Covid-19] se transforme quase numa gripe. Vamos ter que viver com este coronavírus e pensa-se que o processo de vacinação vá ter que continuar, nem que seja para os grupos mais vulneráveis”, sublinha o investigador do INSA.
De acordo com os dados conhecidos na passada sexta-feira, 5 de agosto, o País registou 66 mortes e mais 21.302 casos de Covid-19 nos últimos dias. A mortalidade diminuiu, assim como o número de infeções e de internamentos.