Não vacinados contra a Covid-19 têm uma taxa de mortalidade quatro vezes superior à dos vacinados. O alerta foi dado esta quinta-feira, 23 de dezembro, pelo pneumologista Filipe Froes, que salientou a importância da vacinação mesmo perante a variante Ómicron.
“Não vacinados morreram quatro vezes mais do que os vacinados”, adiantou Filipe Froes, para quem estes dados permitem “avaliar bem o impacto da vacinação”.
“Se compararmos os dados nacionais que são públicos no relatório das `linhas vermelhas´, vemos que os não vacinados, maioritariamente mais jovens, mais saudáveis e com menos fatores de risco, mesmo assim têm uma taxa de mortalidade quatro vezes superior à taxa de mortalidade por infeção por coronavírus nos vacinados”, disse à Lusa, citado na “RTP“, o coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos para a Covid-19.
Em outubro ocorreram 132 mortes de pessoas com a vacinação completa contra a Covid-19 e 33 óbitos de pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta. No entanto, estes 132 óbitos estão integrados num universo de cerca de 8,6 milhões de pessoas vacinadas, enquanto os 33 não vacinados que morreram pertencem a cerca de 500 mil pessoas. Assim, morreram quatro vezes mais pessoas não vacinadas, que as que têm o plano vacinal completo.
De acordo com Filipe Froes, uma vacinação mais rápida dos mais vulneráveis teria permitido começar mais cedo a vacinação dos grupos etários responsáveis pela maior transmissão. “Se olharmos para a incidência por grupos etários, facilmente estabelecemos duas zonas: uma com mais de 50 anos e que representa a gravidade da doença e uma zona com menos de 50 anos, que é da transmissibilidade” da infeção, disse o pneumologista.