Um novo estudo levado a cabo no Canadá confirmou as vacinas contra a Covid-19 podem ser tomadas durante a gravidez. Com a participação de quase 200 mil pessoas, a investigação realizada vem contrariar a ideia de que as inoculações com AR-mensageiro, como as da Moderna e a Pfizer, poderiam ter implicações na gestação.
As pesquisas que têm vindo a ser realizadas desde a administração das primeiras vacinas confirmam que a vacinação protege das consequências mais graves da doença. Ainda assim, um dos grupos que apresenta uma taxa de vacinação muito reduzida é o das mulheres grávidas.
A mais recente investigação, desenvolvida por cientistas do Instituto de Investigação do Hospital Pediátrico da Colúmbia Britânica (Canadá), foi realizada com mulheres grávidas vacinadas, grávidas não vacinadas e mulheres não grávidas vacinadas. Comparando os vários subgrupos, os investigadores procuraram perceber as diferenças existentes após a aplicação da primeira dose da vacina.
No caso das grávidas, os efeitos secundários são similares aos sofridos pela restante população. Destacam-se as dores no local da injeção, dores musculares ou de cabeça e algum inchaço na zona onde a vacina foi administrada. Não foram identificados outros efeitos que sustentem o medo do “aumento do risco de complicações na gravidez, abortos espontâneos, partos prematuros ou efeitos adversos nos fetos após a vacinação”, todos já negados pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), em janeiro de 2022.
“A taxa de vacinação contra a Covid-19 entre grávidas continua a ser mais baixa do que entre mulheres não grávidas em idade reprodutiva”, explicam Sacha Ellington e Christine Olson, médicas dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americanos, num comentário publicado na revista científica “The Lancet Infectious Diseases”.
E acrescentam: “Dado o risco significativo de doença e resultados adversos na gravidez, é imperativo que continuemos a recolher e divulgar dados sobre a segurança e eficácia da vacinação contra a Covid-19 na gravidez e a incentivar os profissionais de saúde a promoverem a vacinação em qualquer trimestre da gravidez”.