Acrescentar a palavra vitamina em produtos cosméticos — como champôs, condicionadores, cremes hidratantes e protetores solares — torna-os automaticamente mais apelativos. Afinal, quem não gostaria de ter um cabelo vitaminado ou uma pele protegida pelas propriedades naturais destes compostos?
A vitamina C, também chamada ácido ascórbico, é um poderoso antioxidante natural que ajuda as células do organismo a crescer e a permanecerem saudáveis. Combate infeções, reduz o nível de triglicerídeos (as principais gorduras do nosso organismo produzidas pelo fígado), e de colesterol, fortalecendo também o sistema imunológico.
“Na estética, a vitamina C é utilizada para amenizar as linhas de expressão, porque age contra os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento cutâneo”, explica à NiT Diogo Cerejeira, dermatologista da Clínica da Baía do Seixal. As rotinas que incluem cosméticos com este ingrediente são, normalmente, indicadas para “pele baça com manchas e sinais de envelhecimento”. Como se trata de um anti-inflamatório, pode ser também utilizado para curar a acne e a rosácea, assim como as hiperpigmentação.
Acontece que este nutriente não é produzido, nem armazenando pelo nosso organismo — o seu excedente é eliminado na urina. Por isso, o dermatologista explica que a suplementação com ácido ascórbico, seja de forma oral, natural ou tópica, pode ser benéfica.
No entanto, realça, que a absorção da vitamina C pelo organismo está dependente de um transportador intestinal que facilmente atinge o limiar de saturação. “Quando isso acontece perde o efeito. Por isso, é inútil suplementar em demasia.” O especialista em dermatologia refere ainda que o transporte desta vitamina para a pele também é difícil, aconselhando a utilização tópica, seja través de cosméticos ou tratamentos estéticos.
“Em casa pode ser feita com sabonetes de limpeza, séruns, produtos clarificadores, águas termais, protetores solares ou qualquer outro produto com este nutriente na sua formulação.”
Podemos encontrá-lo em diversos produtos cosméticos, mas tem de haver “algum cuidado” na sua utilização. “Produtos com elevada concentração podem irritar a pele, levando a eczemas ou dermatites de contacto irritativas, que acabam por descamar a pele. A vitamina C tem um efeito fotossensibilizante; por isso, é necessário acompanhar com um fotoprotetor, de preferência 50 mais”, frisa Diogo Cerejeira.
Dependendo da forma como estão formulados e dos benefícios que reivindicam, estes cremes podem ser utilizados por todos os tipos de pele e em todas as idades onde a sua utilização faça sentido. Quando procuramos um produto devemos ter atenção à formulação e também à embalagem, porque a vitamina C tem uma característica que deve ser levada em linha de conta. “O ideal é utilizar um produto em mono doses, ou que tenha sistemas de vácuo ou algo do género, para impedir que oxide e deixe, assim, de ter efeito.”
O período do dia em que aplicamos cosméticos ricos nesta vitamina também é um fator determinante: “O melhor horário é pela manhã, quando pode ser usada com filtro solar para tratar manchas e potencializar a proteção da pele. É durante o dia que ficamos expostos aos maiores causadores de stress oxidativo e, consequentemente, a radicais livres como sol, luz visível, poluição e alimentação não saudável”, recomenda o dermatologista.
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