Saúde

Detetado surto de hepatite A ativo no Algarve. Já foram registados 25 casos

A origem da infeção, que provoca febre, náuseas e vómitos, ainda não foi identificada. A maioria dos afetados são miúdos e jovens.
Há 26 casos.

O primeiro caso de hepatite A foi identificado a 15 de agosto, na região do Algarve. Desde então, o vírus responsável pela inflamação do fígado já contagiou um total de 25 pessoas, a maioria miúdos e jovens.

“Mantém-se ativo um surto de hepatite A na região do Algarve, num total de 25 casos até à data, com notificação do primeiro caso a 15 de agosto de 2024 e do mais recente a 26 de novembro”, informou a delegada regional de saúde do Algarve, aqui citada pelo “Observador”.

O surto foi registado entre os municípios de Faro e Olhão, afetando 16 miúdos e jovens, bem como nove adultos. A maioria dos afetados reside em áreas com condições de higiene precárias, o que facilita a propagação da doença.

Além dos casos no Algarve, foi reportado um na região de Lisboa e Vale do Tejo e seis no Alentejo. Todos os infetados apresentaram sintomatologia, incluindo febre, icterícia, acolia, dores abdominais, fadiga, anorexia, náuseas e vómitos.

Apesar de ter sido realizada uma investigação epidemiológica, a origem do surto ainda não foi apurada. Para prevenir a disseminação da hepatite A, as autoridades estão a proceder à identificação de contactos, vacinação contra a hepatite A e a realizar ações de partilha de informação sobre a doença junto das famílias afetadas. Em caso de suspeita de contágio, é recomendado o contacto imediato com a linha Saúde 24.

O que é a hepatite A e como se transmite?

Trata-se de uma infeção causada pelo vírus A da hepatite (HAV) que causa inflamação no fígado, segundo o site do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A infeção é muito contagiosa e, por vezes, pode originar surtos com pessoas infetadas durante várias semanas ou até meses.

Vómitos, febre, mal-estar, náuseas, dor abdominal, falta de apetite, fadiga, urina escura, fezes esbranquiçadas e icterícia (coloração amarela da pele e dos olhos) são alguns dos sintomas da doença. Os sintomas costumam aparecer entre 15 a 50 dias após a infeção e a frequência depende, geralmente, da idade do doente.

“A infeção geralmente é assintomática em idades inferiores a seis anos. Em crianças mais velhas e adultos a infeção provoca, geralmente, doença clínica em mais de 70 por cento dos casos”, explica o SNS.

O principal modo de transmissão é por via fecal-oral, através da ingestão de alimentos ou água contaminados. O vírus também pode ser transmitido por contacto pessoa-a-pessoa, nomeadamente através do contexto sexual.

Os viajantes ou habitantes em locais com condições de saneamento básico deficitárias, homens que fazem sexo com homens e pessoas que usam drogas, estão em situação de sem-abrigo, têm doença do fígado ou VIH estão mais suscetíveis a apanhar o vírus. Além disso, o consumo de carne mal passada, ovos mal cozidos, legumes crus mal lavados, marisco e fruta por lavar são alguns comportamentos de risco que podem levar à infeção por hepatite A. 

Lavar as mãos antes de preparar os alimentos e após a utilização da casa de banho ou de mudar as fraldas são formas de prevenir a doença. No entanto, a principal forma de evitar a hepatite A, segundo o SNS, é através da vacinação. 

Como não existe um tratamento específico, os profissionais de saúde procuram tratar os sintomas causados pela infeção. Costumam ser usados medicamentos para alívio de sintomas, mas também é recomendado a ingestão de muitos líquidos e repouso.

Apesar dos sintomas, geralmente, a hepatite A não provoca complicações graves ou danos permanentes e as infetados recuperam completamente.

 

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT