Há mais partículas de plástico no estuário do rio Douro do que larvas de peixes. Esta é a conclusão principal de um estudo desenvolvido pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) do Porto, que foi agora publicado na revista internacional “Science of the Total Environment”.
O estudo começou a ser feito em 2016 e tinha como objetivo identificar o rácio entre as larvas de peixes e os microplásticos, que são partículas com menos de cinco milímetros que resultam da fragmentação do plástico. As conclusões apontam para uma larva para cada 1,5 partículas.
“Há alguns problemas associados aos microplásticos. Um deles é a ingestão, isto porque as espécies podem confundir estas partículas com alimentos, e outro é a ocupação destes materiais no espaço da coluna de água e a competição entre os animais por espaço e luz”, diz a investigadora Sandra Ramos à Lusa, aqui citada pelo “Diário de Notícias”.
A investigação da equipa CIIMAR durou um ano e contou com amostras mensais no estuário. Em média encontraram 17 partículas de plástico por cada 100 metros cúbicos de água. É entre as Pontes da Arrábida e do Freixo que se encontrou a maior concentração destes materiais.
O próximo estudo será para perceber as fontes de contaminação e se os peixes estão ou não a ingerir estas partículas.