Saúde

Estudo revela que a esquizofrenia pode ser passada na barriga da mãe

Trata-se de uma doença psiquiátrica grave, crónica e incapacitante e que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
É incapacitante.

A esquizofrenia afeta cerca de 24 milhões de pessoas em todo o mundo e 48 mil são portuguesas. Embora não seja uma patologia recente, há ainda muito por explicar. Porém, um grupo de investigadores australianos parece ter dado mais um passo importante nesta área ao revelar que uma das causas da patologia mental pode estar relacionada com a mãe.

Trata-se de uma doença psiquiátrica grave, crónica e incapacitante, que afeta de forma profunda a forma de pensar da pessoa, a vida emocional e o comportamento em geral. Além do doente em si, todos o que o rodeiam sofrem com esta patologia, dadas as dificuldades de relacionamento social, familiar e profissional que ela provoca.

Várias equipas de investigadores têm tentado perceber a causa desta doença. E agora parece estar mais perto. Segundo um estudo publicado na “Journal of Neurochemistry”, em abril, os níveis maternos de vitamina D têm um papel crucial no desenvolvimento da doença. Isto porque estão relacionados com a proliferação das células cerebrais que produzem dopamina, a substância química que faz o corpo sentir-se bem.

A hipótese dopaminérgica da esquizofrenia foi uma das primeiras teorias neurobiológicas para esta doença. Esta teoria sugere que um desequilíbrio de dopamina é responsável pelos sintomas esquizofrénicos. Ou seja, a chamada hormona da felicidade desempenha um papel no controlo do nosso sentido da realidade, e uma quantidade excessiva ou insuficiente pode causar delírios e alucinações.

Pensa-se que a exposição a fatores de risco para a esquizofrenia durante o desenvolvimento embrionário altera a forma como os circuitos da dopamina se formam no cérebro. E, para comprovar a teoria, os investigadores criaram neurónios semelhantes à dopamina, com e sem a hormona calcitriol, que se liga e ativa o recetor da vitamina D no núcleo da célula. Os cientistas verificaram que a libertação da hormona da felicidade era aumentada nos neurónios cultivados na presença de calcitriol.

“Esta é uma prova conclusiva de que a vitamina D afeta a diferenciação estrutural dos neurónios dopaminérgicos”, explicou Darryl Eyles, autor do estudo, citado pelo “New Atlas”.

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