O estigma social em relação a pessoas infetadas pelo VIH continua a persistir em todo mundo. Em Portugal, pela primeira vez, um grupo de dez pessoas portadoras do vírus decidiram mostrar o rosto numa campanha de sensibilização cujo objetivo é combater a discriminação.

A campanha “Eu sou VIH+ e visível” foi apresentada esta terça-feira, dia 20 de setembro, pelo Centro Anti-Discriminação. no Cinema São Jorge, em Lisboa, e contou com a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Cada um dos participantes no vídeo mostra que a infeção não os define, embora faça parte das suas vidas. Pessoas com vidas muito distintas partilham a sua situação clínica semelhante, mas é sublinhada a diferença no que diz respeito à personalidades, background profissional e origem de cada uma.

Criado há 12 anos, o Centro Anti-Discriminação é composto pelo GAT e o SER+, duas associações que trabalham com populações com VIH e SIDA. Procuram ajudar as pessoas a nível social, profissional e em termos de saúde. Cerca de 40 anos após o início da epidemia, muitas pessoas contaminadas ainda são alvo de comportamentos discriminatórios.

No vídeo publicado no YouTube, a coordenação do Centro Anti-Discriminação, afirma ser “urgente combater o estigma ainda associado a esta infeção e desmistificar a ideia de morte e doença que ainda hoje persiste, promovendo o direito à liberdade de cada um para ser quem é”.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), o relatório mais recente sobre o número de casos em Portugal regista cumulativamente 61.433 infetados por VIH, dos quais 22.835 correspondem a SIDA. Os dados referem-se ao ano de 2019. O Dia Mundial do Combate à SIDA é assinalado anualmente a 1 de dezembro.