De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte no mundo. Numa altura em que os especialistas alertam para a importância de uma alimentação equilibrada e da prática de exercício físico, um novo estudo revela que até atividades diárias banais podem reduzir significativamente o risco de ataque cardíaco.
A investigação, conduzida pela Universidade de Sydney e publicada a 28 de setembro no “British Journal of Sports Medicine”, analisou 22.368 homens e mulheres com idades entre os 40 e 79 anos. Entre 2013 e 2015, os participantes utilizaram rastreadores de atividade física, permitindo concluir que as mulheres são as que mais beneficiam de atividades diárias de alta intensidade cardiovascular, mesmo que realizadas por poucos minutos.
Exemplos como subir escadas, correr para apanhar o autocarro, carregar sacos de compras ou até fazer sexo, revelaram uma redução de 51 por cento no risco de enfarte em mulheres. No caso de insuficiência cardíaca, essa diminuição sobe para 67 por cento.
Para os homens, os resultados foram mais modestos, mas ainda significativos. Aqueles que praticavam entre cinco a seis minutos de atividade intensa por dia reduziram em 16 por cento a probabilidade de sofrer doenças cardiovasculares. Este estudo é um reforço da ideia de que até curtos períodos de esforço físico vigoroso podem trazer benefícios para a saúde do coração, algo que até agora não estava claro.
“Este grande estudo é uma evidência de que movimentar o corpo e aumentar a frequência cardíaca, mesmo que por alguns minutos diariamente, pode realmente fazer a diferença para ter um coração saudável”, comenta Regina Giblin, enfermeira cardíaca da British Heart Foundation, ao “The Guardian”.
Os investigadores destacam que esta descoberta é particularmente relevante para pessoas sedentárias ou sem hábitos desportivos, mostrando que mesmo atividades breves podem ser eficazes. Apesar disso, a recomendação continua a ser praticar, pelo menos, 150 minutos de exercício físico intenso por semana.
“Tornar curtos períodos de atividade física vigorosa um hábito de vida pode ser uma opção promissora para mulheres que não gostam de exercícios estruturados ou que não conseguem fazê-los por qualquer motivo”, explicou o autor principal do estudo, Emmanuel Stamakis.