A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta sexta-feira, 2 de junho, que vai avançar com uma nova greve nacional nos dias 5 e 6 de julho. O anúncio surge depois de os sindicatos alegarem que o governo continua sem apresentar uma proposta de aumentos salariais a menos de um mês do fim das negociações.
A decisão de avançar para esta greve — a segunda depois da paralisação de dois dias realizada no início de março — foi tomada após a reunião com o Ministério da Saúde, no âmbito das negociações que estão previstas terminar no final deste mês. Segundo a presidente da federação, Joana Bordalo e Sá, se até 30 de junho, dia em que termina o protocolo negocial, o ooverno “ceder e apresentar propostas concretas que sirvam os médicos e o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, a greve pode ser evitada.
“Não nos deixam alternativas, estamos a ser empurrados outra vez para esta medida. Vamos ver o que é que o Ministério da Saúde nos apresenta para evitar a greve e, sobretudo, para resolver o problema dos médicos no SNS”, adiantou a dirigente sindical à Lusa, citada pelo “Público”.
A 28 dias do fim das negociações, a federação está “com cada vez menos esperança” num acordo entre as duas partes. Entre os temas a ser negociados está a revisão das tabelas salariais dos médicos do SNS.
Joana Bordalo e Sá assegurou também que, apesar do anúncio desta nova greve, a “FNAM continua perfeitamente disposta” a continuar as negociações com o Governo, mas “falta o Ministério da Saúde apresentar concretamente” as suas propostas. “Queremos ver os documentos e isso não tem sido feito”, lamentou a dirigente da federação.
Há vários meses que sindicatos dos médicos e Ministério da Saúde estão em negociações — mas, para já, sem acordo. As normas particulares de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais são também assunto de discussão.