Já todos fizemos aquela figura engraçada de andar aos saltinhos e em bicos de pés pelo areal em direção à toalha, ou a correr de forma desenfreada até à água, tudo porque a areia está a escaldar. Mas há forma de acabar com o drama que atinge miúdos e adultos.
A preocupação nasceu, há mais de 50 anos, no Brasil, onde a areia consegue chegar aos 70 graus Celsius. Ao início, a única solução que o povo brasileiro encontrou para enfrentar esta questão era estar sempre à beira-mar, ou na zona da areia molhada. O problema é que não havia lugar para todos e concluíram que tinham de ir mais além.
A empresa Alpargatas assumiu o comando da missão. Inspirados por um modelo japonês de uns chinelos dedo com a sola feita em palha de arroz, os Zori, perceberam que precisavam de algo do género, mais resistente à água. Investigaram e concluíram que o mais indicado seria a borracha: protegia os pés do calor, era lavável e duradoura. Assim que fizeram os primeiro testes não houve voltar a dar e assim nasciam as famosas Havaianas.
Os chinelos de “enfiar no dedo” são, segundo Alexandra Osório, dermatologista da Fisiogaspar, uma boa opção para enfrentar a areia quente. No entanto, quando o calor aperta, podem magoar entre os dedos e até queimar ao de leve a planta do pé. Por isso, embora seja uma ótima opção, estão a ser trocados por outra escolha.
Bem, nem todos são fãs desta solução, ou não fossem daqueles modelos de sapatos que ou se amam, ou se odeiam. As Crocs, apesar de muito confortáveis, continuam a ser uma das propostas mais polémicas do milénio. A opinião geral é que as temidas sandálias de borracha, com buracos algo estranhos, merecem um lugar de destaque entre os modelos mais feios da indústria do calçado.

Em 2002, quando surgiram para serem usadas por marinheiros em embarcações, o modelo tinha três funções. Era importante ser confortável, ter um efeito antiderrapante na sola e não acumular água. Depois dos três amigos lançarem o primeiro modelo, o valor ergonómico e design que faz lembrar um crocodilo — a razão por trás do nome — chamou à atenção do mundo.
Se quiser proteger a planta do pé e deixar de dar aqueles “saltinhos ridículos” para tentar não tocar na areia a escaldar, terá de deixar o estilo de lado e apostar num modelo do género. “O formato é bastante adaptado à morfologia do pé, são leves e como tem uma sola de borracha ajudam a isolar o calor”, diz Alexandra Osório. Os modelos básicos destes tipos de sandálias custam cerca de 50€ e estão disponíveis nas lojas de desporto.
Outra dica da especialista em dermatologia é hidratar bem os pés durante todo o ano. “Quanto mais hidratado estiver o pé, menos probabilidade tem de ganhar gretas e fissuras que o tornam ainda mais sensível, sobretudo a altas temperaturas.” Como melhores opções indica os cremes para pés diabéticos que encontramos nas farmácias.
Escaldões no peito dos pés, outra assombração
Outro dos dramas que afetam esta zona do corpo nas idas à praia são os escaldões. Não há como evitar: por mais que esconda os pés debaixo da areia, acabam sempre queimados. As Crocs também protegem esta parte do pé da radiação solar, mas existe outra forma de a evitar (sem ter de andar calçado).
Antes de apresentar qualquer outra solução, nunca é demais reforçar que se deve evitar a exposição solar nas horas mais perigosas (das 11 às 16 horas). E, nos primeiros dias de praia e piscina, se não fez uma exposição gradual nos meses anteriores, para que o corpo se vá habituando à radiação UV, deve ter cuidados redobrados. “O escaldão acontece numa pele que não está habituada ao sol e leva com uma dose excessiva de radiação.”
Por mais que seja um problema, porque os pés estão sempre cheios de areia, dar férias ao protetor solar não é um bom plano, o ideal é mesmo colocar um creme aprovado dermatologicamente e com fator de proteção 50, tendo em conta o tipo de pele e pigmentação. E o truque está neste passo.
“Podemos criar uma dupla barreira protetora e eficaz se colocarmos o protetor e deixarmos que a areia se cole. Quando se vai à água, assim que se chega à toalha, pode repetir-se o processo”, diz Alexandra Osório.
Se está a sentir a pele queimada, dorida ou irritada, ultrapassou claramente um limite. E a velha máxima “o mal já está feito” não funciona aqui. Se ainda estiver na praia, o melhor é ir logo para a sombra e colocar água fria. Apanhar mais calor nessa zona só vai piorar a situação.
A hidratação é essencial para recuperar de um escaldão. Além disso, já basta o mal-estar generalizado na pele, não precisa juntar dores de cabeça, boca seca e tonturas por não beber água.
Já em casa, e de banho tomado com água tépida, o mais indicado é utilizar uma solução cicatrizante. Pode também utilizar cremes hidratantes, que ajudam a regenerar a pele. Embora não evite a descamação, pode diminuir o aspeto da lesão.
Carregue na galeria e descubra a nossa seleção de Crocs, dos modelos mais absurdos àqueles que até pode querer adicionar à sua lista de compras.