Gabriela tinha apenas seis meses quando umas pequenas marcas na pele alertaram os pais. “Vimos umas manchas chamadas petéquias no corpo e a pediatra disse para irmos às urgências. Em pouco tempo soubemos o diagnóstico”, recorda à NiT o pai da criança, Gabriel Bolea, de 32 anos. O diagnóstico foi dado quase de imediato: tratava-se de uma doença rara, uma leucemia mielomonocítica juvenil.
“Quando soubemos, não queríamos acreditar. Ficámos em estado de choque e demoramos alguns dias a processar a informação e a mentalizar-nos que era real.” Gabriela nasceu em dezembro de 2023 e é a segunda filha do casal, que está junto desde 2009. Depois de algumas análises ao sangue efetuadas no hospital, foram descobertos valores fora do normal e os profissionais de saúde iniciaram uma investigação. Ao fim de duas semanas, já era conhecida a causa.
“Foi um processo rápido, dado que é uma doença rara e, por isso, mais difícil de descobrir. Assim que nos disseram do que se tratava, começaram logo os tratamentos”, nota o pai. A doença surge sobretudo nos miúdos abaixo dos dois anos. Os principais sintomas incluem palidez, febre, tosse, dificuldade em respirar e lesões na pele. O tratamento passa pela quimioterapia, mas o transplante é inevitável. É essa agora a grande luta dos pais da bebé de oito meses.
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Enquanto não há dador compatível, Gabriela vai sendo sujeita aos tratamentos de quimioterapia, um processo que tem revelado alguns altos e baixos. Era necessário, desde logo, perceber como o corpo reagiria ou se surgiriam mais complicações. O trastamento obrigou a uma transfusão de sangue, mas as sessões continuam.
Entretanto, foram realizados mais exames e testes genéticos para perceber se Gabriela tinha nascido com esta condição ou se ela apenas surgiu depois. Só no início de agosto é que os médicos transmitiram aos pais a necessidade de se realizar um transplante.
“Ela não tinha a doença quando nasceu, foi algo que aconteceu nos primeiros meses de vida”, refere. Em Portugal só é possível realizar o procedimento a partir do primeiro ano de idade, por isso só no início de 2025 é que Gabriela poderá ser submetida a este processo.
“Decidimos utilizar as redes sociais para encontrar um dador para tentar sensibilizar as pessoas a inscreverem-se. Em Portugal não há muita divulgação, por isso é uma forma de tentarmos que aumente. Mesmo que não ajude a nossa filha, pode servir para outras pessoas.”
Na passada sexta-feira, 23 de agosto, fizeram a primeira publicação e Gabriel confessa que não estava à espera de tantas respostas. “Está a correr muito bem. Tivemos bastantes partilhas e várias pessoas disseram-nos que iam doar.”
Apesar de já ter passado por uma anemia, o pai destaca o facto de Gabriela estar bem e não demonstrar qualquer sinal de fraqueza. “Ela mostra-se sempre alegre e isso dá-nos muito força.”
Para se inscrever como dador de medula óssea só precisa de preencher um inquérito e dirigir-se a um dos muitos locais distribuídos pela País onde se faz a colheita da amostra de sangue. Visite o site para saber todas as informações.