Saúde

Há um novo vírus respiratório a atacar os miúdos — e é tão perigoso como o VSR

Fique atento aos sintomas e saiba o que fazer para evitar que os seus filhos fiquem doentes com tanta frequência.

Os últimos meses foram desafiantes para os miúdos. Os vírus respiratórios atacaram com força e deixaram pais e mães em estado de alerta. Porém, há doenças virais mais perigosas que outras e umas são até bastante comuns e frequentes. Além do vírus sincicial respiratório (VSR), conhecido por ser responsável pela maior parte das bronquiolites em bebés, houve outro que se manifestou no início da primavera que tem preocupado a comunidade médica.

“O metapneumovírus humano (MPVh) é um vírus da família do VSR e pode infetar pessoas de todas as faixas etárias causando infeções respiratórias superiores ou inferiores. Porém, é muito mais comum em bebés, idosos, ou pessoas com o sistema imunitário enfraquecido”, explica à NiT Gustavo Tato Borges, presidente em exercício da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP).

Um estudo norte-americano, realizado com amostras de doentes recolhidas ao longo de 25 anos, concluiu que o MPVh era a segunda maior causa de infeções respiratórias em miúdos, a seguir ao VSR. Outra pesquisa concluiu que era tão comum em idosos hospitalizados como o VSR e a gripe. Tal como estas infeções, pode levar a internamentos e a casos fatais de pneumonia em idosos e bebés prematuros.

Este agente viral “tem uma variação sazonal” e costuma circular entre o final do inverno e o início da primavera. E tem tendência a ir “desaparecendo com a subida das temperaturas”. “Porém, os últimos dois anos foram marcados por uma época sazonal de vírus respiratórios um pouco estranha, consequência ainda da pandemia e da mudança de hábitos que acabou por acontecer. Por isso, é normal que alguns casos tenham aparecido mais tarde”, explica o médico. E acrescenta: “Neste momento, segundo os relatórios do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) tem havido uma tendência decrescente e, neste momento, não é o principal fator de risco para infeções respiratórias”.

Os sintomas são idênticos aos de outros vírus respiratórios. Febre, tosse, falta de ar, congestão nasal e apneia podem alguns dos sinais a que os pais dos miúdos devem estar atentos.

Embora atinja sobretudo miúdos saudáveis e bebés de termo, “os prematuros e os recém-nascidos com outras patologias associadas são os que correm maior risco de serem gravemente afetados”, alerta Tato Borges.

O que deve fazer

Reconhecendo estes indícios em bebés abaixo dos três meses, os cuidadores devem ir fazendo a lavagem nasal com soro ou água do mar, aspiração de secreções. Devem também permanecer atentos a sinais de dificuldade respiratória e ao aparecimento de febre. “Caso o bebé aparente ter algum destes sintomas mais graves é motivo para ser visto por um médico”, explicou pediatra Paulo Venâncio relativamente a como agir caso surjam sintomas de vírus respiratórios.

Acima desta idade, em casos de febres superiores a 38 graus os miúdos devem ser medicados e mantidos em casa, com os devidos cuidados. Caso o esforço respiratório impeça o sono, ou a tosse seja tão agressiva que deixe os mais novos com vómitos, deve igualmente procurar ajuda especializada. Em caso de dúvida, o especialista recomenda aos pais e cuidadores que se aconselhem primeiro junto do SNS 24, o pediatra ou o médico de família. “Se considerarem necessário, os profissionais farão o encaminhamento para as urgências”, refere.

Como tratar e prevenir

Ao contrário da Covid-19 e da gripe, ainda não existe vacina para o MPVh, nem terapêuticas dirigidas, como medicamentos antivirais, para o tratar. Os tratamentos são recomendados pelos médicos com base na gravidade dos sintomas apresentados.

No entanto, a maioria das pessoas infetadas nem sequer chegam a saber que contraíram o agente viral. Uma vez que a terapêutica recomendada para os vírus respiratórios não difere de uns para os outros, a pesquisa do agente viral que causou a infeção não é determinante.

Uma das formas mais simples para prevenir o contágio deste tipo de vírus, passa por higienizar as mãos com frequência. A isto pode juntar ainda a proteção das máscaras quando se encontra em locais interiores com muitas pessoas. No entanto, é também possível proteger-se destes vírus mantendo um estilo de vida saudável. Fazer uma alimentação equilibrada é meio caminho andado para reforçar o sistema imunitário.

Para conhecer os nutrientes que podem ajudá-lo a ficar mais forte — e a combater os vírus — Bárbara de Almeida Araújo partilhou uma lista de alimentos com propriedades que podem ajudar a reforçar o sistema imunitário.

Carregue na galeria para descobrir quais são.

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