O Comité de Avaliação de Riscos de Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) está a analisar uma série de medicamentos que contêm pseudoefedrina, após ter recebido uma denúncia relativa aos efeitos adversos dos mesmos. O Infarmed já afirmou que em Portugal foram notificadas 86 reações na sequência da toma destes fármacos.
Alguns medicamentos que utilizam esta substância ativa— destinada ao alívio da congestão nasal em casos de gripe, alergia, rinite ou sinusite — estão a ser avaliados devido a “preocupações sobre o risco de síndrome de encefalopatia reversível posterior (PRES) e síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (RCVS)”.
Na lista, há fármacos à venda em Portugal e o Infarmed admite a notificação de mais de 80 reações adversas, porém, nenhuma está relacionada com os motivos que levaram o PRAC e a EMA a analisarem os medicamentos.2
Os efeitos secundários “mais notificados” no Portal RAM — uma plataforma que permite a recolha de informação sobre suspeitas de reações adversas a medicamento — relativamente ao uso de fármacos com pseudoefedrina incluem “prurido, irritação da pele, sonolência, vómitos, vertigens, eritema, dor abdominal superior, mau estar e dor de cabeça”. Já os riscos que levaram o regulador europeu a tomar medidas estão relacionados com a “síndrome de encefalopatia reversível posterior (PRES) e a síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (RCVS)” — ambas foram associadas à toma de medicamentos para o congestionamento nasal com este composto. “Tratam-se de condições que afetam os vasos sanguíneos no cérebro”, lê-se no site da PRAC.
“Medicamentos que contêm pseudoefedrina têm um risco conhecido de eventos isquémicos cardiovasculares e cerebrovasculares”, incluindo acidente vascular cerebral (AVC) e ataques cardíacos, devido à suspensão da circulação de sangue para o cérebro, acrescentam ainda os especialista da EMA.
Embora o número de reações adversas denunciadas seja reduzido, a EMA emitiu uma longa lista com os medicamentos que estão agora sob revisão. Desta fazem parte 13 que comercializados em Portugal, sendo que três deles já não se encontram à venda. Segundo a CNN Portugal, a autoridade de saúde nacional aguarda o parecer do regulador europeu, antes de tomar qualquer decisão definitiva sobre os fármacos em causa.
Carregue na galeria para conhecer a lista dos medicamentos ainda disponíveis no mercado que estão a ser investigados — e que provavelmente tem em casa.